Com o avanço da ciência no congelamento de óvulos, maternidade está sendo adiada e planejada
Com isso, algumas optam pelo procedimento para ter o primeiro filho após os 30 anos.
Ser mãe hoje em dia para as mulheres é algo que pode ser planejado principalmente na sociedade atual. Após a luta do feminismo emancipacionista na Inglaterra, centrado na conquista pela igualdade no direito de voto, de instrução, de exercer uma profissão ou poder trabalhar, e a criação da pílula para além do sistema de tabelinha, o congelamento de óvulos pode ser considerada a segunda revolução feminina dentro da ciência.
Com isso, a mulher tem a possibilidade de ser mãe quando bem entender. Planejar e sentir a hora da maternidade passou a ser uma constante na sociedade atual. E com o passar do tempo, a maturidade e aceitação do corpo são um dos benefícios de ser mãe pela primeira vez depois dos 30 anos.
Soma-se a essas vantagens a estabilidade financeira, que é um dos fatores que ajuda na decisão e criação de se ter um filho e oferecer uma boa qualidade de vida. Além disso, o ritmo de trabalho tende a ser menor do que no início da carreira, o que proporciona mais tempo na convivência com a criança.
Hoje, novas técnicas existentes no mercado entregam à mulher mais tempo para planejar na hora de ter filhos. Segundo o embriologista e especialista em reprodução humana, Ivan Henrique Yoshida, essa conquista somente foi possível devido às tecnologias avançadas descobertas pela ciência.
“A vitrificação de óvulos ou criopreservação ultrarrápida em nitrogênio líquido, consiste no congelamento à temperatura de 196ºC negativos, preservando o óvulo por tempo indeterminado”, explica. Esse avanço científico, somado às mudanças de comportamento da sociedade referente ao papel da mulher, são visíveis.
Segundo pesquisa realizada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados Estatísticos em São Paulo,entre 2000 e 2019 aumentou a parcela de mães entre 30 e 39 anos, passou de 26% para 39,1% no mesmo período.
Mesmo com as facilidades, o procedimento ainda não é acessível para todos. O custo varia bastante de clínica para clínica. No geral o procedimento (estimulação + coleta + congelamento) costuma custar entre R$ 15 mil e R$ 30 mil, além do valor de manutenção dos óvulos congelados, que tem uma mensalidade em torno de R$ 1.000 por ano.
Já no Sistema Único de Saúde, o SUS, apenas os pacientes que estão passando por tratamento oncológico, dependendo, podem ter cobertura gratuita do congelamento pelo sistema de saúde público.