Bolsonaro convoca manifestações às vésperas do depoimento de Pazuello
Ele foi acompanhado por centenas de motociclistas, inclusive o deputado Hélio Lopes (PSL-RJ), que postou em suas redes sociais o trajeto percorrido pelo presidente e pelos demais motociclistas. Durante o passeio, o presidente discursou aos apoiadores e disse que estaria presente nas manifestações do próximo dia 15. A manifestação acontece ao mesmo tempo em que […]
Ele foi acompanhado por centenas de motociclistas, inclusive o deputado Hélio Lopes (PSL-RJ), que postou em suas redes sociais o trajeto percorrido pelo presidente e pelos demais motociclistas.
Durante o passeio, o presidente discursou aos apoiadores e disse que estaria presente nas manifestações do próximo dia 15. A manifestação acontece ao mesmo tempo em que o Senado Federal apura, através de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) a atuação do Governo Federal na condução da pandemia que vitimou mais de 400 mil brasileiros.
O próximo a depor na CPI é o ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello. O general, após visita sem máscara a shopping de Manaus, alegou estar em quarentena pois teve contato com pessoas diagnosticadas com a doença.
O presidente da CPI Omar Aziz (PSD-AM) afirmou que a Comissão irá ouvir o general de forma presencial, e não remota como foi cogitado por aliados do governo.
O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), cobrou um exame de Pazuello. “Por que ele não compareceu à CPI e, ato contínuo, recebe pessoas, mesmo tendo alegado que estava sob suspeita de infecção para não vir à CPI?”, questionou Randolfe
O vice-presidente da comissão classificou ainda como “lamentável e triste” um ex-ministro da Saúde receber visitas nessa situação. “No mínimo, é infração à ordem sanitária. No máximo, é obstrução à investigação” disse Randolfe.
Mandetta diz que não defendeu kit covid por não ter eficácia
Uma das principais preocupações para o governo é a distribuição da cloroquina, remédio sem eficácia comprovada para o tratamento da Covid-19. Mandetta foi ministro da Saúde do começo de 2019 até o dia 16 de abril do ano passado, quando o país registrou 188 novas mortes e alcançou 1.924 vítimas da covid-19. A maior parte das perguntas foi no sentido de entender quantas dessas mortes, que hoje passam de 410 mil, poderiam ter sido evitadas.
Os senadores perguntaram por que o ex-ministro não defendeu o uso de remédios do chamado kit covid, como fizeram outros integrantes do governo. Luiz Henrique Mandetta afirmou que, diante de métodos científicos, esses medicamentos não tiveram eficácia.
Luiz Henrique Mandetta disse que, enquanto esteve no cargo, o Ministério da Saúde não pediu que o laboratório do Exército fabricasse cloroquina. Ele contou que, dias antes de ser demitido, participou de uma reunião no Palácio do Planalto, sem o presidente Jair Bolsonaro, em que foi apresentada uma proposta de decreto presidencial para alterar a bula da cloroquina e incluir a covid-19 entre as doenças para as quais o medicamento seria indicado. O então ministro disse que ele e o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, informaram que bula é alterada pela agência reguladora e não por decreto.