Panificação artesanal tem caído no gosto dos goianos
Negócio é escolhido tanto por grandes quanto pequenos empreendedores que acreditam na mistura entre o dom e investimento | Foto: Reprodução
Muito além de se deliciar com o rotineiro pão com margarina toda manhã como é hábito de muitos brasileiros, há quem prefiro, com frequência ou não, transformar o café da manhã ou outras refeições do dia com experiências únicas que a panificação artesanal pode proporcionar. Isso quem diz são os próprios fabricantes da empresa La Farine (@lafarine.go no instagram), um negócio familiar que nasceu durante a pandemia.
Focados em produtos alimentares de tendência francesa e com fermentação natural, a La Farine foi construída pela família da empresária Andréa Kalil, que até Outubro morava em Belo Horizonte, Minas Gerais. Quem morava em Goiânia era sua filha, os marido e as netas. “Em março do ano passado, com a suspensão das aulas, eles foram passar alguns dias conosco em BH. Meu genro havia fechado um negócio e estava investindo na formação na área de panificação e viennoiserie [tipo de produto de massa, folhada ou com levedura] tendo feito vários cursos”, contou ela.
Com isso, ela admitiu que a vontade da família voltar a ficar junta aumentou e a ideia de ter uma panificação artesanal cresceu. “Sempre gostamos dessa pegada natural e a padaria artesanal é quase um retrocesso no tempo, no melhor sentido. Nada de fermentos químicos, tudo tem seu tempo, não adianta acelerar processos, tem que se respeitar a natureza, clima, umidade, tudo interfere no resultado da massa. Tudo isto ressoava muito o que estava acontecendo no momento atual”, explicou Andréa.
Atualmente dois chefes comandam a cozinha da La Farine: Moema Machado, um nome forte da área em Goiânia, que cuida da panificação em geral e Léo Veloso, que cuida da viennoiserie. “No total, são poucas pessoas na cozinha, somos seis e mais duas pessoas de atendimento com suporte nas redes sociais”, disse a empresária, completando que a demanda do local é boa e ninguém para um só minuto.
Os chefes, em consoante com Andréa, reforçaram que a ideia não está só na estética e na qualidade do produto final, mas no critério da escolha dos insumos e os lançamentos do cardápio, que são acompanhados diretamente pelos chefs. “Os chefes são exigentes, mas conduzem uma cozinha leve, divertida, animada trazendo este astral para os produtos que saem de lá exalando o perfume, carinho e cuidado em cada detalhe”.
Por fim, Andréa afirma que o motivo especial pra investir na panificação, é de que o mercado tem virado tendência no Brasil. “neste sentido, queremos oferecer produtos saudáveis, naturais e com sabor incomparável ao tradicional. Os pães dão saciedade por mais tempo, são melhores para a flora intestinal, aumenta a biodisponibilidade de vitaminas e minerais, entre outras qualidades a serem ressaltadas. Já os croissants e folhados feitos com técnica, farinha e manteiga francesas, são uma viagem instantânea pra França sem sair de Goiânia. Bastando morder e fechar os olhos”, afirmou.
No mesmo sentido, o empreendedor João Pedro Simões Rodrigues, de 26 anos e dono da Panis Panis (@panispanis_ no Instagram), contou que também montou seu negócio na pandemia e por ter muito interesse por panificação e confeitaria. “Não sou formado na área, mas o interesse é de minha família, especificamente minha avó, que trabalhava vendendo salgados, então cresci vendo. Quando entrei na faculdade de direito, o plano inicial era seguir carreira pública, mas ao mesmo tempo fui me interessando e estudando confeitaria e panificação sozinho mesmo, testando receitas, depois investindo em uns livros, mas sempre como hobby. Eu estava bem infeliz com a área do direito, então veio a pandemia, e como eu ficaria em casa mesmo, então decidi tentar a sério na área de confeitaria”, conta ele.
Ainda de acordo com João, a Panis Panis tem apenas um ano, já que começou na Páscoa passada. “Comecei tudo no improviso, mas tive a sorte de poder contar com a ajuda da minha família, porque sem eles eu não teria conseguido atender a demanda, principalmente porque, desde o começo, me propus a fazer tudo artesanalmente. Com o passar do tempo, mesmo corrido, recebemos feedbacks positivos”, relatou. A partir daí, o empreendedor contou que vieram os testes com produtos de panificação, uma “Caixa Junina”, sob encomenda e ofertada todos os dias, os investimentos em equipamentos novos pra testar receitas de panetone para o fim do ano. Na última páscoa, como uma não da sua marca, João afirmou que lançou sua viennoiserie. “Hoje, a recepção dos clientes continua sendo positiva. Duas semanas antes da Páscoa a agenda da Colomba Pascal que criamos já estava lotada. Tudo foi feito artesanalmente, não usamos massas prontas e até as embalagens são feitas aqui”, resumiu ele. Hoje a Panis Panis não possui loja física, mas João, que trabalha com sua mãe e uma tia, atua por meio de encomendas e delivery.