Goiânia registra mais de 3 mil casos de Dengue, sem mortes
Em 2020 foram 3 mortes registradas e 16.180 casos | Foto: Reprodução
Além da pandemia da Covid-19, que já dura há mais de um ano no Brasil, outra doença segue preocupando as autoridades de Saúde, a dengue. Em Goiânia, segundo dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), com relação ao mesmo período do ano anterior, houve uma queda de 61,9% nos casos notificados da doença. Mesmo assim, 2021 já soma 3.232 casos confirmados da doença, até o momento sem nenhum óbito. Em 2020 foram três mortes registradas e 16.180 casos confirmados.
Segundo a SMS, a pandemia de Covid-19 vem afetando a sensibilidade da vigilância epidemiológica na identificação precoce dos casos de dengue nos últimos dois anos, com redução importante e gradual para o mesmo período avaliado, provavelmente devido à semelhança clínica das doenças contribuindo para subnotificação e ao receio da população de procurar atendimento em unidade de saúde.
Em razão da semelhança entre alguns sintomas de Dengue, Zika e Chikungunya, recomenda-se que todos os profissionais de saúde se mantenham atentos frente a casos suspeitos de Zika, lembrando que é uma doença de notificação compulsória e a coleta para exame laboratorial é obrigatória sendo restrita para gestantes, crianças menores de 2 anos, casos graves e óbitos. Em 2021, nenhum caso foi confirmado até o momento.
No início deste mês, a Prefeitura de Goiânia realizou a abertura de imóveis desocupados e fechados na Capital com objetivo de eliminar possíveis focos do mosquito Aedes aegypti, nos Distritos Sanitário Noroeste e Sanitário Sul. De acordo com o gerente de Controle de Vetores da Zoonoses da SMS, Izaías de Araújo, as intervenções são necessárias para eliminação de possíveis focos ou situações que ofereçam risco de proliferação do mosquito Aedes aegypti, que, além da dengue, transmite febre amarela, Zika e Chikungunya.
Cuidados
Em meio à pandemia da Covid-19, a infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Beatriz Quental, faz um alerta sobre a importância da manutenção dos cuidados com a dengue. A infectologista explica que a sazonalidade da dengue segue de acordo com as variações do clima, e que os primeiros meses do ano podem se tornar mais propícios à proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.
A médica reforça ainda a necessidade de manter todas as medidas para evitar a dengue. “Atualmente, com as atenções todas voltadas para o Coronavírus, vale reforçar que outras doenças também apresentam risco à saúde da população e que, portanto, os cuidados devem continuar”. Para ela, a melhor maneira de controlar a dengue é por meio da prevenção. Não deixar recipientes expostos que possam acumular água da chuva, tratar a água de piscinas com cloro, adicionar areia aos pratos de vasos de plantas, limpar calhas para evitar acúmulo de água, manter a caixa d’água vedada e armazenar o lixo em sacos plásticos fechados são algumas delas.
Orientação
Quando há suspeita de infecção, a orientação da infectologista é buscar atendimento médico, um alerta importante principalmente em tempos de pandemia. “Alguns sintomas da dengue podem ser confundidos com os da Covid-19, por isso é fundamental realizar o diagnóstico e tratamento adequados”, explica.
A médica destaca os principais sinais de alerta da dengue. Dor abdominal intensa e contínua; vômitos persistentes; tonturas, sangramento, sonolência e/ou irritabilidade, diminuição da diurese e desconforto respiratório.
“Em casos leves da doença, a recomendação é manter repouso e beber bastante líquido. Caso haja agravamento, é necessário realizar acompanhamento médico, que indicará o tratamento adequado”, finaliza a especialista. (Especial para O Hoje)