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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Crescente

Goiás tem mais de 13 mil mães adolescentes

Para especialista, apoio psicológico é muito importante durante gestação nestas faixas etárias | Foto: Reprodução

Postado em 17 de maio de 2021 por Maiara Dal Bosco
Goiás tem mais de 13 mil mães adolescentes
Para especialista

Crianças e adolescentes com idades entre 10 e 19 anos deram à luz a 13,84% dos bebês nascidos vivos em Goiás em 2019, dado mais atual, segundo dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), do Ministério da Saúde. A porcentagem corresponde a 13,3 mil entre os 96.112 nascimentos registrados. Em Goiânia, nesta faixa etária, este índice foi de 9,72%, o que representa 1.995 nascimentos de bebês com vida.

Os dados de 2019 apresentaram redução, se comparados aos de 10 anos atrás. Em 2009, dos 87.485 nascimentos de bebês vivos registrados em Goiás, 17.473 correspondem à crianças e adolescentes com idades entre 10 e 19 anos, o que significa 19,97% do total. Na Capital, a taxa no mesmo ano era de 14,10%, o que corresponde a 2.792 nascimentos registrados na faixa etária.

Mesmo apresentando diminuição, os números continuam chamando a atenção para a gestação na infância e na adolescência. Segundo o psicólogo e professor de Psicologia da Unialfa Guilherme Nogueira, o Estado pode auxiliar na atenção básica nestes casos. Para ele, este realmente é um trabalho social e que pode fazer a diferença.

“Acredito que além da conscientização e informação para o adolescente, o incentivo e conhecimento para os pais, para que eles entendam o papel deles neste processo, como eles podem administrar e vivenciar este momento de formação e orientação dos primeiros momentos sexuais dos filhos. Uma formação mais familiar e social, deixar todo mundo realmente envolvido nesta questão para que este seja um trabalho realizado por toda a sociedade”, destaca

Para o professor de Psicologia da Unialfa, outro ponto relevante é a questão da maturidade dos jovens. “Talvez não seja o excesso de informações que leva a gravidez na adolescência, e sim a quantidade de possibilidades que os adolescentes têm”, pontua.

Mudanças

A gravidez traz uma série de mudanças na vida, e no caso de acontecer na adolescência, não seria diferente. De acordo com o psicólogo, os jovens podem ter dificuldade de dedicação tanto no processo escolar quanto no mercado de trabalho. “Eles podem ter limitação de escolhas por conta da gestação e da criação do bebê. Esses jovens precisam muitas vezes do auxílio e incentivo do Estado. A sociedade fica mais prematura em muitas coisas e isso reflete o psicossocial de uma forma muito ampla”, afirmou.

Neste cenário de tantas mudanças, o professor da Unialfa destaca a importância do apoio de profissionais da Psicologia durante a gestação. “A ajuda psicológica é muito importante para auxiliar tanto a menina quanto o menino que serão pais na adolescência no entendimento das mudanças pessoais, psicológicas, sociais que vão acontecer por conta dessa gravidez precoce. No caso da menina, apesar de ter o corpo pronto para gerar a fecundação, não significa que ela esteja 100% pronta para todas as transformações que gravidez traz. Então, é necessário trabalhar técnicas para equilibrar ações, com o objetivo de evitar problemas com autoestima, autoimagem e do seu ajustamento de vida” afirma Guilherme.

Legislação

Em Goiás, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), por meio da Coordenação dos Ciclos de Vida da Superintendência de Atenção Integral à Saúde (Sais), desenvolve uma série de ações com o propósito de reduzir a incidência dos casos de gravidez na adolescência. O problema, de grande magnitude no País, mereceu atenção especial desde o ano passado, com a promulgação da Lei Federal 13,798, de 3 de janeiro de 2019, que institui a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência.

Celebrada em todo o País entre 1º e 7 de fevereiro, a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência visa incentivar gestores, profissionais de saúde e representantes de entidades civis a idealizarem políticas públicas e desenvolverem atividades educativas e assistenciais voltadas à prevenção da gravidez nas meninas de 12 a 18 anos. (Especial para O Hoje)

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