Último trecho da Botafogo será entregue em agosto
Segundo a Seplahn, que cuida das obras, 47% dos trabalhos já foram concluídos | Foto: Reprodução
O prolongamento da Marginal Botafogo, que sai da Avenida Jamel Cecílio até a Segunda Radial, será concluído em agosto deste ano, segundo informações da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh). De acordo com a pasta, 47 % das obras da via no sentido Sul/Norte estão concluídas. Os trabalhos estão orçados em quase R$ 13 milhões.
No local já foram realizados gabiões para proteção de margens e encostas, drenagem da Rua 01 e Rua 12, no Jardim Goiás, além da limpeza e terraplanagem para implantação da via. O trecho que contará com 1,7 quilômetro de extensão.
A pista Norte/Sul do prolongamento demorou mais de um ano para ser concluída. As obras tiveram início em 2 de setembro de 2019. O projeto de prolongamento também englobou serviços de drenagem e recomposição do leito e canalização do córrego em determinados pontos. O projeto inicial contou com alguns locais que não tiveram a canalização e que o córrego seguiria o curso natural. A via, entretanto, é praticamente inutilizada por motoristas se comparado com o restante da via.
A previsão era que a pista fosse entregue em abril de 2020, mas o prazo coincidiu com o início da pandemia. Com isso, o prolongamento de um lado da pista só foi entregue na véspera do Natal do ano passado. O tráfego foi liberado após vistoria feita por diversas autoridades políticas no local. Entretanto, a via é quase inutilizada pelos veículos se compararmos com o restante da Marginal.
“A nossa preocupação desde o início da administração foi abrir ruas, avenidas, construir pontes para facilitar a locomoção das pessoas da periferia. De forma que todas essas obras, elevados, pontes e avenidas, são no sentido de facilitar a vida das pessoas”, ressaltou o então prefeito na época Iris Rezende, que informou antes de sair de aposentadoria que o outro trecho do prolongamento da Marginal estava contratado e com dinheiro em caixa.
A obra da Marginal Botafogo veio para compor o Complexo Viário da Avenida Jamel Cecílio. Além da extensão da Marginal, a obra consistia na construção de um elevado na avenida – único inaugurado até o momento – um viaduto no nível e uma trincheira. O elevado na Jamel Cecílio foi feito com o intuito de promover fluxo direto para as pessoas que querem atingir a BR-153, a GO-020 ou os bairros e condomínios da região.
Já a Marginal Botafogo tem como a premissa de funcionar como uma via expressa, sem nenhuma interferência semafórica. Para quem for acessar à região, a Alameda Leopoldo de Bulhões terá acesso à direita para a Jamel Cecílio ou à esquerda para o Setor Sul. Assim, o motorista bastará fazer o contorno da rotatória e seguir ou retornar à própria Alameda.
O trânsito vai fluir para todos os lados, sem interferência de sinaleiro, beneficiando diretamente setores como o Parque Flamboyant, Alphaville, Portal do Sol, Alto da Glória e Jardim Goiás.
Problemas crônicos
A via já foi palco de várias destruições. Em dezembro de 2017, parte de uma das pistas do sentido Sul/Norte, embaixo da ponte da Avenida Araguaia, no Centro, desabou com a força da chuva. Em abril de 2018, a Marginal sofreu mais uma vez com o impacto das águas e parte do asfalto também cedeu em alguns pontos. Em janeiro deste ano e nos últimos dias de fevereiro, mas uma vez a Marginal parecia um rio após a construção não comportar o volume de água e transbordar para as vias de tráfego.
O engenheiro civil Alexandre Garcês de Araújo destaca que a Marginal sofre com dois problemas que precisam de ainda mais atenção: estrutural e hidráulico. O primeiro, segundo ele, já vem sendo resolvido com os reparos realizados pela prefeitura de Goiânia. “Em algumas chuvas, viu-se que a via tinha risco de desmoronar. Isso aconteceu porque a Marginal ficou muitos anos sem nenhum tipo de reparo e foi abrindo fissuras embaixo do solo por causa da trepidação que os veículos causam. Com isso, o solo precisa preencher esses espaços e faz com que a via vai ceder”, reforça.
Alexandre, que também é professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea), afirma que esteve no local antes das obras realizadas pelo Executivo. Com isso, constatou a gravidade do problema que assolava por debaixo das vias da Marginal. “Fui ao local e tinha uma barra de dois metros na minha mão. Encontrei uma fissura e coloquei a barra dentro dela e ela não tocou em nada. Ou seja, o buraco era bem maior do que se esperava e o risco da pista ceder de uma vez era enorme”, conta.
Para isso, o leito do Córrego Botafogo – que deu o nome da via – passou a ser composto por um sistema de gabião. Isso consiste em criar uma parede de sustentamento com pedra e aço acrescido de concreto nos pontos mais críticos. “O risco de afundamento da pista, neste momento, não tem mais risco. Agora é manter o plano de manutenção para evitar que novos problemas surjam. Já soube que esses trabalhos estão sendo realizados entre na Região da 44”, afirma.
Porém, o engenheiro destaca que o leito do córrego pode dar uma dor de cabeça para os usuários da via. “O leito do córrego não tem a capacidade de absorver toda quantidade de água que chega nela. A Marginal chegou a situação que chegou não foi por causa de uma chuva, mas de várias que caíram no decorrer do período e onde o local ficou sem nenhuma manutenção. A situação ainda é mais grave pois o concreto do leito do córrego é triangular e isso gera uma tensão no momento em que toda água se represa no lugar. Como fica sem ter para onde escoar, ela sobe e transborda”, explica.