Fungo preto: especialista diz que doença já existia no Brasil
Um homem de 71 anos com covid-19 e suspeita de ser portador de mucormicose, doença conhecida como ‘fungo preto’, morreu na tarde desta quarta-feira (02/06) em Campo Grande (MS). O homem foi testado positivo para covid-19 no dia 18 e já estava hospitalizado quando surgiram os sintomas do fungo preto. Outros casos já foram relatados […]
Um homem de 71 anos com covid-19 e suspeita de ser portador de mucormicose, doença conhecida como ‘fungo preto’, morreu na tarde desta quarta-feira (02/06) em Campo Grande (MS). O homem foi testado positivo para covid-19 no dia 18 e já estava hospitalizado quando surgiram os sintomas do fungo preto. Outros casos já foram relatados em Santa Catarina, no Amazonas e em São Paulo.
Procuramos o PhD, neurocientista e biólogo Fabiano de Abreu, diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito para explicar sobre o que seria esta doença e sua relação com a Covid-19.
Causa
“A mucormicose, conhecida como fungo preto, é uma doença causada pelo fungo da família Mucorales, encontrados em substratos orgânicos em decomposição como fruta, solo, excremento e podem ser encontrados em pães Entre os bolores pertencentes a esta família estão os Rhizopus, Rhizomucor e Mucor.
A mucormicose é adquirida quando os esporos produzidos pelo bolor são inalados ou quando entram no corpo por corte ou laceração da pele. A enfermidade acontece normalmente quando o sistema imunológico está debilitado ou em caso de diabetes não controladas.”
Tratamento
“O tratamento pode ser com altas doses de anfotericina B por via intravenosa, e a cirurgia é feita para remover tecido infectado e morto.”
Sintomas
“A mucormicose pode causar febre e dor nos seios paranasais. Se a órbita ocular for infectada pode haver perda da visão. O céu da boca (palato), os ossos faciais que rodeiam a cavidade ocular, os seios paranasais ou a divisão entre as fossas nasais (septos) podem ser destruídos pela infecção. O tecido morto fica preto e a infecção no cérebro pode provocar dificuldade de usar e entender a linguagem, convulsões, paralisia parcial, prejudica a memória e pode levar ao coma.”
Para finalizar, o doutor explica sobre o medo deste fungo chegar ao Brasil: “Não faz sentido o medo deste fungo chegar no Brasil se ele já está no país assim como com prevalência em países tropicais. É um fungo, como muitos outros, mas que pode ser letal quando em condições de baixa imunidade.”