Adesão de Chiquinho Oliveira era conversada desde a sua posse
Movimento se confirmou após o deputado votar a favor da adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF); ele pode ser expulso do PSDB, como aconteceu com o ex-tucano Tião Caroço
A adesão do deputado tucano Chiquinho Oliveira (PSDB) à base do governador, Ronaldo Caiado (Democratas), foi concretizada nesta semana, quando a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) aprovou a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e contou com o voto do tucano, que está em articulação para aderir a base do governador desde a sua posse, quando assumiu o mandato em janeiro de 2021, quando assumiu o cargo como primeiro suplente da chapa tucana, após herdar a cadeira do prefeito de Luziânia, Diego Sorgatto (Democratas).
O presidente do Democratas Metropolitano, Lyvio Luciano, é um dos articuladores para que o parlamentar entre na base do governador, porém adota cautela no anúncio de uma adesão do tucano. “Não tem nada definido”, porém, de acordo com o democrata, há uma proximidade entre Caiado e Chiquinho, que já militavam juntos e, segundo Lyvio, o tucano não terá dificuldade em sua adesão à base, independente da sigla partidária a qual ele estará filiado.
“Ele esteve com o governador dias atrás, está estreitando a relação desde a posse”, comentou o democrata que acredita na adesão do tucano, que está conversando com o governador. Segundo o parlamentar, o governador é “amigo da vida inteira” e, enquanto líder do governo passado na Alego, o tucano auxiliou na transição.
O parlamentar é o terceiro tucano a integrar a base do governador Ronaldo Caiado e se junta ao prefeito de Luziânia e ao deputado Tião Caroço (Democratas). Ambos seguiram para o partido do governador após se desfiliar do PSDB, e pode ser o mesmo caminho de Chiquinho, segundo o líder do governo na Alego, Bruno Peixoto (MDB), que está rumo ao Democratas. Só aguarda a janela partidária.
É o caso de Chiquinho que só poderá sair do partido durante a janela partidária. Ele, porém, pode ter a sua saída antecipada em caso de expulsão do partido. De acordo com o presidente do PSDB Goiano, o ex-governador José Eliton, o partido pretende tomar providências acerca da expulsão do tucano.
Apesar da possibilidade, a posição do PSDB é de aguardar o desfecho da situação. Segundo a assessoria do partido, o deputado Chiquinho ainda não anunciou que deixará o partido, mas a área jurídica do diretório estadual avalia qual medida pode ser tomada, ainda mais porque o deputado não tem seguido a orientação do partido nas votações na Assembleia, porém ainda não há definições.
No entanto, o líder da oposição, o deputado Talles Barreto (PSDB), é mais radical. O tucano defende a expulsão do colega do partido por ele ter votado a favor da RRF. “Concordo plenamente, se o partido entender que deve expulsá-lo”, defende o tucano.
Outro tucano contrário à permanência de Chiquinho no PSDB é o ex-deputado estadual Jardel Sebba, que disse que o partido estuda juridicamente a expulsão do seu correligionário do partido, por “traição e não cumprir a determinação do partido” contra o RRF. “Seria um bom exemplo para a ética política, e valoriza a segunda suplente [Eliane Pinheiro (PSDB)], que é uma deputada fiel e leal”, criticou.