Pai de dois filhos, maníaco Lázaro é considerado ‘pai dedicado’
Lázaro é casado há quatro anos e pai de dois filhos
Responsável por causar medo em toda a população, Lázaro Barbosa Sousa é considerado cruel e perigoso pelas autoridades policiais. Ele é suspeito de assassinar uma família em Ceilândia (DF) e cometer uma sequência de crimes a partir daí. Há mais de 12 dias ele está sendo procurado pela polícia.
Neste fim de semana, a polícia reforçou os bloqueios nas estradas que ligam o distrito de Cocalzinho de Goiás a outros municípios. Ate o sábado (19), eram 270 policiais que procuravam o criminoso. Os agentes trabalham com a hipótese de que ele possa coagir alguém a levá-lo no porta-malas do carro.
Lázaro é casado há cerca de quatro anos e pai de dois filhos, um menino de 4 anos e uma menina de 2. De acordo com a mulher dele, que prefere não se identificar, o homem é um “pai dedicado”. Ela relata que a filha do casal quase todos os dias chama por ele. Segundo a esposa, o outro filho do suspeito é de um relacionamento anterior.
Após o rosto dele ser estampado na mídia, a mulher afirma que ficou em estado de choque com os crimes cometidos por ele nos últimos dias e teme por sua morte. Ela conta que conheceu o marido por intermédio de uma tia do homem, que é amiga da família dela.
“Temos medo de receber a notícia de que ele morreu. Se a gente tivesse a oportunidade de ir com a polícia para o meio do mato, para convencê-lo a se entregar. A gente não sabe o que aconteceu na mente e no coração dele. A ficha não caiu”, afirma ela.
Decepção
Diante de todos os acontecimentos envolvendo o nome de Lázaro, a moça afirma estar decepcionada com o comportamento do parceiro e revela que ele teria tentado abandonar a vida do crime diversas vezes. “Se a gente tivesse a oportunidade de ir com a polícia para o meio do mato, para convencê-lo a se entregar. A gente não sabe o que aconteceu na mente e no coração dele. A ficha não caiu”, avaliou. “Espero que ele se entregue”, insistiu ela.
Mesmo diante dos últimos fatos divulgados pela polícia sobre o envolvimento de Lázaro com rituais de magia negra, ela também descarta as acusações de que o suspeito estaria envolvido em rituais macabros. Segundo a mulher, a família tem sido alvo de fake news e preconceito. “Não acredito em nenhum ritual. Ele tinha uma fé em Deus muito grande, foi até pregador da palavra no presídio. Eu só vou acreditar que ele se envolveu mesmo nisso quando ele for pego e falar”, conclui.
Na última sexta-feira (18), a força-tarefa, composta por 200 homens das polícias Civil, Militar e Federal, encontrou na mata uma vela acessa, roupa suja de sangue e uma carta escrita manualmente. Os objetos foram atribuídos, inicialmente, a Lázaro.
No dia anterior, uma troca de tiros foi registrada na mata. No local, se iniciou uma mobilização por terra e pelo céu, com uso de helicópteros e drones. O sargento da PM da Bahia, Valter Lourenço, que coordenou a caçada a Lázaro, em 2008, contou que o criminoso também deu muito trabalho para um grupo de 15 agentes. Segundo o militar, foram longos 13 dias de buscas na mata de Barra do Mendes, até ele se entregar.
À época, Lázaro era procurado por ser suspeito de dois homicídios no município baiano de 14 mil habitantes. Lourenço descreveu Lázaro como destemido e habilidoso para fugir pela mata e pelo rio.
O caso
No último dia 9, por volta de 2h44, Lázaro teria invadido a chácara da família Vidal, localizada no Núcleo Rural Alexandre Gusmão, Km-13 da BR-070. No local ele matou o empresário Cláudio Vidal de Oliveira e os filhos Gustavo Marques Vidal e Carlos Eduardo Marques Vidal com golpes de faca e tiros. Em seguida sequestrou a mãe e esposa das vítimas, Cleonice Marques.
Um dia depois, por volta das 15h, ele invadiu uma nova chácara, na mesma região do triplo homicídio. Lázaro fez a proprietária e o caseiro de reféns por cerca de três horas. Após isso, o suspeito conseguiu sair ileso e até o momento não foi encontrado. Moradores das fazendas entre Girrasol e Edilândia, em Goiás, denunciaram para a polícia ter visto Lázaro pelas redondezas, porém o homem ainda segue foragido. (Especial para O Hoje)