Pandemia agrava depressão na gravidez e pós-parto, diz psicóloga
A pandemia e a necessidade de isolamento social são fatores que dificultam a vida de qualquer pessoa, mas as que já estão sob estresse sofrem ainda mais. A chegada de um bebê, por exemplo, apesar de ser considerado um momento de alegria, também é um momento de muitas mudanças e inseguranças para os novos pais. […]
A pandemia e a necessidade de isolamento social são fatores que dificultam a vida de qualquer pessoa, mas as que já estão sob estresse sofrem ainda mais. A chegada de um bebê, por exemplo, apesar de ser considerado um momento de alegria, também é um momento de muitas mudanças e inseguranças para os novos pais.
A mãe, particularmente, está banhada em hormônios durante e após a gestação, e a dificuldade de lidar com a nova situação deixa as portas abertas para doenças mentais. Para a psicóloga e professora do curso de Psicologia da Faculdade Estácio, Rafaela Marciano, muitas mulheres já tinham algum nível de sofrimento psíquico no período pré e pós-parto e esse sofrimento foi potencializado pela quarentena.
“Tudo aumentou: o medo, a ansiedade, a preocupação, a irritabilidade. As restrições de convívio social ampliaram o sentimento de solidão durante esse período de extrema sensibilidade para as mulheres”, explicou a psicóloga. Marciano também é mestra e doutoranda em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Goiás (UFG).
“A depressão pós-parto pode surgir nas primeiras semanas após o nascimento, mas também pode ocorrer meses depois, sendo os três primeiros meses o período mais crítico. Os sintomas incluem humor deprimido, choro fácil, irritabilidade, perda de interesse pelas atividades habituais, sentimento de culpa, dificuldade de concentração, insônia, perda do apetite, dificuldade de se relacionar com as pessoas e com o bebê”, explica a especialista.
A profissional recomenda que as gestantes e puérperas compartilhem suas experiências com outras pessoas na mesma situação para diminuir a solidão materna. Mesmo com o medo da Covid-19, é importante manter as consultas em dia. “Algumas gestantes também podem deixar de comparecer às consultas de pré-natal por medo da exposição ao vírus, o que pode prejudicar a saúde materno-fetal”, disse.
“Os pais também, ao manifestar algum sintoma gripal, precisam usar a máscara quando estiverem em contato com o bebê, além de fazer a higienização adequada das mãos e do seio materno antes e após a amamentação ou ordenha do leite”, sugeriu Marciano.