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sábado, 23 de novembro de 2024
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Inverno goiano

Frio impacta na alta de preços dos hortifrutis em Goiânia

As baixas temperaturas fizeram os goianienses sentirem no bolso aumento em itens de hortifruti e outros alimentos

Postado em 8 de julho de 2021 por Maiara Dal Bosco
Frio impacta na alta de preços dos hortifrutis em Goiânia
As baixas temperaturas fizeram os goianienses sentirem no bolso aumento em itens de hortifruti e outros alimentos | Foto: Jota Eurípedes

Nas últimas semanas os consumidores goianos vêm sentindo aumento de preços em diversos segmentos. Além das contas de energia, água e mesmo o gás de cozinha terem ficado mais caro, os alimentos também têm pesado no bolso da população goiana, especialmente quando se trata de itens de hortifruti, produtos indispensáveis para a manutenção de uma boa alimentação. 

O coordenador técnico do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (IFAG), Alexandro Santos, explica que, de maneira geral, os preços de hortifrutis, sejam varejistas ou atacadistas, sofreram pressão em decorrência das temperaturas, que baixaram muito em decorrência da frente fria oriunda do Hemisfério Sul. “Essa frente fria atingiu a região Centro-Oeste, em especial a região Sul de Goiás. Contudo, a Região metropolitana de Goiânia, conhecida como ‘Cinturão Verde’ devido à produção de hortaliças, também foi atingida”, pontua. Segundo Alexandre, como os produtos de hortifruti são perecíveis, e altamente sensíveis a temperaturas mais baixas, acaba ocorrendo a interferência no cultivo. “Com a diminuição da produção e da oferta, a tendência é de que o preço aumente mesmo”, afirma.  Entretanto, segundo o especialista, o cenário deve melhorar nos próximos dias, ao passo em que as temperaturas forem voltando à normalidade.

Enquanto isso, o coordenador técnico do IFAG orienta aos consumidores que tenham maior atenção na hora das compras. “As temperaturas irão subir outra vez, e a tendência é que o mercado volte à normalidade para o que se espera neste período. Neste cenário de alta de preços, cabe ao consumidor regrar um pouco as compras, priorizando a aquisição de itens que de fato serão consumidos, em uma quantidade menor, para uma semana apenas ao invés de duas semanas, por exemplo. Assim, o consumidor consegue acompanhar a dinâmica dos preços”, afirma.

Comparativo

Mesmo que as baixas temperaturas estejam influenciando na alta dos preços de produtos de hortifruti neste mês, o consumidor já vinha encontrando preços mais salgados em outros itens de alimentação. Levantamento realizado entre junho e julho pelo Procon Municipal em 10 grandes redes de supermercados revelou alta de 3,44% no valor da cesta básica em Goiânia. O preço médio, que em abril era R$ 504,79, passou para R$ 522,14. De acordo com a pesquisa, os itens que contribuíram para o aumento foram a carne bovina, óleo e o café.  Entre os cortes bovinos analisados pelo Procon, o quilo do coxão mole apresentou a maior variação de preço (70,97%). Em seguida o quilo do patinho (60,67%) e por último o quilo do coxão duro (30,08%). Já o pacote de café de 500 gramas apresentou variação de 48,59%, enquanto a variação do óleo foi de 22,33%. O quilo do tomate foi o que apresentou a maior variação de preço, com diferença de 276,98%.  A batata inglesa teve variação de 237%. 

O Procon Municipal também divulgou, em 2021, um levantamento que apontou aumento de 31% na cesta básica em comparação ao mesmo período de 2020. Na Capital, o valor dos itens básicos para o consumo mensal de apenas um indivíduo adulto, de acordo com a quantidade de ingredientes definida para os goianienses, pode variar entre R$ 366,22 e R$ 645,44, ou seja, uma variação de até 76,24%. Segundo o órgão, o comprometimento do salário mínimo com a compra da cesta básica, para apenas um indivíduo adulto, chega a 45,43%. Em 2017, o comprometimento era de 37,09%. 

Safra de Verão

Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgados no início deste mês, os novos preços mínimos para a safra de verão já estão em vigor. Os valores atualizados foram publicados em Portaria no Diário Oficial da União. A portaria inclui grãos como milho e feijão, fibras como algodão e juta/malva, e ainda produtos como leite, mandioca, borracha in natura e cacau cultivado. Os valores são utilizados como referência para as operações ligadas à Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), que visa assegurar uma remuneração mínima aos produtores rurais.

Os preços mínimos são fixados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de acordo com a proposta enviada pela Conab para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os cálculos para a composição dos valores levam em consideração aspectos como os custos de produção ao agricultor e diversos fatores que influem nas cotações dos mercados, como a conjuntura do mercado interno e externo, a oferta e demanda nacional e mundial, a evolução dos preços, além da paridade de importação e exportação, entre outros.  

Para o algodão, tanto em pluma como em caroço, o percentual ficou em 6,65%; o arroz longo fino (no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina) teve reajuste de 12,74%, nas demais regiões, o percentual de variação foi de 23,32%; feijão de cores, 22,26%; feijão preto, 32,3%. O leite teve variação de 26,42% no Centro-Oeste; a soja, 22,79%; e as correções para o milho variam de 20,15% para os estados que integram o Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) a 19,25% para os estados de Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. (Especial para O Hoje).

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