O retorno das aulas presenciais na rede pública deve se concretizar no próximo mês com 97% dos professores imunizados contra a Covid. A informação do retorno, que já havia sido anunciada pelo governador Ronaldo Caiado, foi reforçada pelo Secretário Estadual de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, em encontro virtual realizado com o ministro da Saúde, nesta semana. O encontro discutiu ainda sobre a possibilidade de uma parcela da população em idade escolar, findada a campanha para maiores de 18 anos, iniciar a vacinação para o público entre 12 e 17 anos, iniciando por grupos com comorbidades ou deficiências.

“Em Goiás retornaremos em agosto com a grande maioria dos professores, quiçá a totalidade deles, já vacinados”, afirmou Ismael Alexandrino. As aulas presenciais foram suspensas nas redes pública e privada em março de 2020. Contudo, as escolas particulares foram autorizadas a retomar as atividades presencialmente em novembro do ano passado, seguindo diversas medidas sanitárias. Já na rede estadual, as atividades foram retomadas parcialmente em parte das instituições no início deste ano, pouco antes de voltarem a acontecer remotamente por conta do agravamento da pandemia.

Na rede pública, Itana Galindo, professora da Educação Infantil, acredita que o retorno das aulas presenciais é imprescindível, porque as crianças estão há um ano e três meses fora da sala de aula, o que gera um prejuízo imensurável no aprendizado. Contudo, ela destaca a importância da vacinação para este retorno que, conforme aponta, ainda está defasada. “Antes de tudo é preciso completar o ciclo vacinal dos professores e administrativos da Educação que está previsto para o final de agosto, início de setembro, em sua grande maioria. Além disso, é importante que haja respaldo e apoio da Secretária Estadual/Municipal de Saúde e Educação”, destaca.

Segundo a educadora, o retorno às aulas deve ser realizado com muito planejamento e consciência. “É importante que sejam fornecidas condições de segurança do trabalho como: manutenção das atualizações diárias da situação epidemiológica, fornecimento de máscaras PFF2, álcool gel, testagem escolar toda semana (dos alunos e da equipe escolar) e um esquema de revezamento bem pensado e justo”, finaliza Itana.

Rede privada

Para Tatiana Santana, Diretora Pedagógica do Colégio Externato São José, o retorno das aulas presenciais é muito necessário. “Preparamos toda a escola para receber as crianças. Algumas ficaram distantes e retornarão em agosto, com toda a segurança, otimização do tempo e protocolos sendo respeitados”, destaca.

Segundo ela, o retorno é importante porque colaborará significativamente com o desenvolvimento das crianças. “As crianças que retornam à escola têm um pouco mais de acesso à socialização e isso colabora em outros aspectos. Não estamos pensando somente no cognitivo, mas também em questões como interação e desenvolvimento das habilidades socioemocionais”, afirma.

A diretora pedagógica lembra que o momento requer paciência e atenção por parte dos pais e/ou responsáveis pelas crianças. “É importante que as famílias mantenham a confiança na escola e que estejam atentas ao desenvolvimento da criança. O momento requer paciência para que estas crianças não sejam adultos que não tiveram e não sofreram defasagem desse tempo”, pontua.

Para Thiago Oliveira, diretor do Colégio Integrado, espera-se um aumento significativo do número de alunos que irão à escola no segundo semestre. “Pela vacinação ter atingido os mais idosos, e também os pais e mães dos alunos, a tendência é que a presença dos alunos aumente de forma expressiva. Mesmo em férias, muitas famílias já têm nos procurado para saber como vai ser o retorno em agosto, o que é também um indicativo desse aumento”, afirma.

O diretor explica que para organizar a logística entre os alunos, o Colégio Integrado encaminhou um questionário à família de cada aluno. “Com o questionário, a família poderá indicar se o aluno comparecerá na semana 1 ou na semana 2 de agosto. Com essas informações conciliaremos o rodízio. A família escolhe e fica valendo para o aluno a presença em semanas ímpares ou pares, até o final do ano letivo”, destaca.

De acordo com Thiago, os protocolos que funcionaram no primeiro semestre continuam valendo e a expectativa é que o aprendizado dê um salto muito expressivo. “Os alunos que estão em ensino 100% remoto, acabam se perdendo com muita facilidade. Com o retorno, estimamos um acréscimo de 20% no aprendizado em um curto período. Será muito benéfico”, pontua. Segundo o diretor do Colégio Integrado, o retorno é importante também para os alunos que farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste ano. “Para eles, esse ciclo da educação básica se encerra, eles estão no último ano, que vai decidir se eles vão entrar na faculdade ou não. Para esses alunos em especial vai ter uma grande procura por vagas presenciais”, ressalta.