PC impõe sigilo nos gastos na operação Lázaro Barbosa
Sigilo sobre as investigações é para proteger informações que podem expor a corporação, diz PC
Após diversos pedidos de informações sobre os custos envolvendo a operação de buscas de Lázaro Barbosa, a Polícia Civil de Goiás (PCGO) impôs sigilo de cinco anos a respeito do assunto referente aos gastos. A operação envolveu cerca de 270 policiais, viaturas, helicópteros e dezenas de equipamentos. De acordo com o delegado-geral adjunto da Polícia Civil, Deusny Filho, a medida é para proteger informações que podem expor a corporação, como por exemplo, equipamentos usados para o “sucesso da missão” e projetos futuros.
Além disso, outros motivos apontados pela corporação são que a divulgação dos dados expõe a instituição quantos aos equipamentos de que dispõe para investigação e operações policiais. Além disso, as informações revelam qual a estratégia e os recursos utilizados para o sucesso da missão e quais projetos futuros restaram prejudicados com a referida situação.
Também ressalta que as informações não se restringem somente ao caso encerrado, mas fazem parte de toda a estrutura pertencente à Polícia Civil, que é usada em outras circunstâncias e também a projetos que ainda nem foram implementados. A corporação justifica, ainda, que a divulgação desses dados vulnerabiliza a instituição em sua função investigativa, pondo em risco sua segurança e o sucesso de outras operações.
O delegado Deusny Filho ressalta que o sigilo foi colocado sobre os dados referentes apenas aos gastos da Polícia Civil e não de toda a operação, que envolveu outras instituições, como a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. “É necessária para não expor as estratégias e equipamentos utilizados na operação, de modo a evitar que a função investigatória da instituição não sofra qualquer vulnerabilidade”, afirma o comunicado.
Os pedidos de informações sobre a operação são enviados via Lei de Acesso à Informação (LAI) para a SSP, que coordenou a operação. A pasta distribui os pedidos para as instituições relacionadas e cada uma pode divulgar ou não a informação solicitada, como explicou o delegado.
Histórico criminoso
O fugitivo da Justiça é investigado por mais de 30 crimes, cometidos em Goiás, Bahia e Distrito Federal. Ele é suspeito da morte de quatro pessoas de uma mesma família em Ceilândia (DF) e do funcionário de uma fazenda no distrito de Girassol, em Goiás. A maioria dos casos é referente a crimes de latrocínio (roubo seguido de morte). Durante a ação criminosa, Lázaro Barbosa invadiu propriedades rurais da região do entorno, fez três pessoas reféns e baleou outras quatro, entre elas, um policial militar. O indivíduo possuía uma condenação por homicídio, no Estado da Bahia, e era também procurado por crimes de roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogo.
Cúmplices
A PC também indiciou a viúva e a ex-mulher de Lázaro Barbosa após elas ajudarem o criminoso na fuga, em Águas Lindas de Goiás. A mãe da ex-mulher também foi responsabilizada por favorecer o criminoso. Segundo as investigações, as três tiveram contato com o fugitivo dias antes dele ser encontrado pela corporação e que não o denunciaram.
O inquérito aponta que Lázaro foi ao encontro da ex-mulher e ex-sogra durante a fuga para buscar ajuda. De início, as duas negaram aos agentes que tinham visto o criminoso, mas depois disseram que ele compareceu na residência para deixar o valor de R$ 300. (Especial para O Hoje).