Rodovias estaduais podem ganhar asfalto com técnica mais barata
Expectativa da Goinfra é que, caso alcance bons resultados, toda a GO-070 será recapeado, assim como outras rodovias mais deterioradas do Estado
As rodovias estaduais podem ganhar uma técnica mais barata para fazer o asfaltamento. Um teste dessa natureza está sendo feito em um trecho de 1,6 quilômetros da GO-070, entre Goiânia e Goianira. A Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) busca essa alternativa para utilizar nas rodovias que estão mais deterioradas no Estado, mas que utilize o mesmo material usado atualmente: o concreto usinado betuminoso a quente (CBUQ). Apesar disso, a pasta não comentou sobre qual o valor desse novo trabalhos e qual é o valor gasto atualmente.
De acordo com a pasta, a diferença seria no método utilizado para a realização desse asfaltamento. Somente neste mês, foi realizado o recapeamento da GO-070, no sentido Goianira, com a aplicação da nova capa asfáltica. A Goinfra destaca que o serviço foi realizado “nos pontos mais críticos” da rodovia. Foram 800 metros de cada lado da pista para realizar a avaliação “do comportamento da pista ao longo dos próximos meses.” Isso porque a pasta quer analisar de que forma o trabalho, que foi realizado ainda no período chuvoso, vai se comportar até o fim do período chuvoso do próximo ano.
Esse prazo, de acordo com a Goinfra, será necessário para verificar a qualidade do asfalto dos trechos trabalhados tanto durante a seca quanto com a presença das chuvas. Além disso, a nova camada irá receber um tráfego intenso por quase um ano. Se os resultados forem satisfatórios, a pasta pretende realizar uma intervenção mais robusta em todo o período urbano da Capital da rodovia no próximo ano. Com isso, a Infra irá verificar se o recapeamento foi capaz de manter a qualidade do asfalto.
Se os resultados alcançados não forem animadores, a pasta garante que o trecho onde a técnica foi utilizada será totalmente restaurado. A Goinfra explica que a diferença entre o método de recapeamento e de restauração está na profundidade e extensão da via que será trabalhada. No caso do recapeamento, que é o utilizado no experimento, apenas uma capa asfáltica da rodovia é retirada e substituída por uma nova. Na restauração, o processo é mais complexo, caro e demorado pois há uma troca na sub-base, na base e na camada asfáltica.
A Goinfra pretende utilizar o modelo mais barato com o recapeamento de toda a extensão da GO-070 entre Goiânia e Inhumas. Dessa forma, a pasta pretende baratear os custos da intervenção na rodovia. Os trechos que já receberam a intervenção estão sinalizados na rodovia com placas da pasta informando que se trata de um experimento. A agência frisa que a ação é diferente da operação tapa-buraco, que consiste apenas em jogar uma parte do CBUQ no local com problemas e o mesmo é fresado.
20 anos de durabilidade
Um asfalto bem feito pode durar cerca de 20 anos, segundo Marcos Rothen, que é especialista em trânsito e transportes. Apesar disso, ele destaca que algumas etapas no preparo do solo são de extrema importância para isso. “O solo tem que ser muito bem compactado. O asfalto precisa estar em um lugar fixo. Por isso, uma estrutura lisa é fundamental. A massa precisa ter de quatro a cinco centímetros para que ele possa amortecer bem o tráfego da região”, destaca.
Marcos pontua que o peso do volume dos carros que passam por cima do asfalto deve ser levado em consideração. “Uma estrada, por exemplo, tem um trabalho maior para a confecção de um asfalto, pois um caminhão pesa mais que um veículo de passeio. Se for bem feito, a durabilidade de 20 anos pode ultrapassar.”
Segundo ele, a adoção do tapa-buracos é uma situação que resolve de maneira passageira o problema crônico das grandes cidades. “Isso é como um remédio que você toma para a dor de cabeça. Você insere para diminuir a dor e ela passa momentaneamente. Mas a causa daquele problema ainda continua ali. A mesma coisa é o tapa-buraco. Isso funcionará de maneira paliativa, mas o problema sempre estará ali”, destaca.
Marcos explica ainda como a chuva danifica o asfalto. “Isso está ligado à questão estrutural. Primeiramente, a impermeabilidade do solo faz total diferença. Deve-se fazer um estudo para saber como será feito o escoamento da água. Caso isso não ocorra, a água fica retida na superfície e isso compromete a qualidade do asfalto. Um exemplo disso é a freada que o ônibus dá e que isso cria uma movimentação da massa. Por isso, cria-se aquelas ondulações nas vias que são formadas por esse impacto’, pontua.
Após 4 anos, Caiado promete entrega da duplicação da GO-070 em setembro
Em comemoração ao aniversário de 294 anos da cidade de Goiás, o governador Ronaldo Caiado fiscalizou diversas obras que levam mais infraestrutura à região. A primeira parada foi na GO-070, onde o Governo de Goiás executa os últimos trechos para entregar 14,54 quilômetros de rodovia duplicada e outros 11,38 quilômetros restaurados, com investimento total de mais de R$ 84 milhões.
Segundo Caiado, foram assinados todos os aditivos para conclusão do empreendimento. “Temos o compromisso da empresa responsável de que nos entrega, no mês de setembro, toda essa obra concluída até a cidade de Goiás”, pontuou o governador. “É um presente para a população do município e do Estado que sempre visita essa cidade turística e que é patrimônio da humanidade”, acrescentou.
Na GO-070, o investimento total é de R$ 84.203.199,81, proveniente do Tesouro Estadual e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A obra foi iniciada em 2017, ainda no governo Marconi Perillo. A duplicação ficou paralisada por 19 meses, mas foi retomada em outubro de 2020.
A duplicação é feita em concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ). A largura da pista é de 10,5 metros, sendo 7 metros de rolamento e 3,50 metros de acostamento de cada lado. A infraestrutura foi elogiada pela gestão municipal. “Somos uma cidade turística e essa rodovia nos aproxima da nossa capital, melhora o fluxo para os visitantes e oferece qualidade na locomoção para as pessoas”, reconheceu o prefeito Aderson Gouvea.
Saúde
A segunda pauta do governador na antiga Vila Boa incluiu uma vistoria na construção da Policlínica Rio Vermelho. A unidade recebe investimentos de R$ 10,3 milhões e está com 96,42% das obras concluídas. A iniciativa integra as ações do Governo de Goiás voltadas para regionalização da saúde. Esse será o quarto centro médico nesta modalidade entregue pela atual gestão.
“Vamos intensificar os trabalhos para que a população tenha uma estrutura com várias especialidades, equipe multiprofissional, na área de fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição. Algo que vai trazer uma medicina de qualidade e bom padrão”, sublinhou o governador. “Agora, vamos abrir licitação para que uma organização social (OS) assuma esta policlínica”, acrescentou Caiado.
A policlínica contará com vários tipos de exames: laboratoriais e de imagem (tomografia, endoscopia, raio-X, colonoscopia, ultrassonografia e eletrocardiograma), além de Centro de Especialidades Odontológicas, telemedicina, atenção às pessoas ostomizadas e assistência em saúde mental. Durante a vistoria, o governador falou, ainda, sobre a necessidade de “avançar na instalação do serviço de hemodiálise para que as pessoas sejam tratadas na região”. (Especial para O Hoje)