Após um ano e meio sem aulas, alunos da rede estadual de Goiás estão retornando, parcialmente, para as salas de aulas. Em meio a diversas críticas e alta na ocupação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI), a justificativa são os retrocessos na educação provocada pela pandemia da Covid-19. Além do retorno das turmas presenciais, empresas privadas promovem ações para contribuir no avanço do ensino básico brasileiro.

            O Secretário Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Maurício Cunha, afirmou, durante entrevista ao programa Brasil em Pauta da Agência Brasil, que o país regrediu 20 anos na educação por causa da pandemia e, também disse, que mais de três milhões de crianças brasileiras não têm acesso ao ensino remoto. Com objetivo de reverter esse quadro, o Instituto MRV anunciou, na última segunda-feira (26/07), o edital da 8ª edição do Educar para Transformar.

            O programa seleciona, através de uma chamada pública com voto popular, projetos sociais transformadores na área da educação para financiá-los e colocá-los em prática. O Educar para Transformar trabalha em conjunto com projetos de três públicos: Organizações da Sociedade Civil (OSC), professores e estudantes. O objetivo é apoiar ideias que minimizem os impactos do enfraquecimento na educação do Brasil causado pela pandemia do novo coronavírus.

“Vamos apoiar iniciativas que impactem positivamente o ambiente escolar nos mais diversos contextos, promovendo a escola como comunidade de aprendizagem e fortalecendo as práticas pedagógicas dos professores por meio das Metodologias Ativas, que destaca o estudante como protagonista do seu próprio aprendizado”, informa Eduardo Fischer, presidente do Instituto MRV. Além disso, ele também destacou que as inscrições estarão abertas de 02 de agosto a 10 de setembro.

Em Goiás, quatro cidades estão habilitadas para participar da seleção: Goiânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia e Valparaíso de Goiás. Os projetos devem desenvolver suas atividades com os professores e os estudantes das redes públicas de ensino fundamental II e médio, que juntos identificarão problemas na escola ou comunidade, buscando desenvolver soluções que gerem transformações efetivas e que estimulem aprendizados e mudanças culturais.

Na edição deste ano, serão selecionados cinco projetos que serão monitorados por dois anos pelo Instituto MRV. Cada projeto receberá ainda R$ 200 mil para suporte no desenvolvimento e também serão disponibilizados os conteúdos do Instituto Iungo, para auxílio no desenvolvimento dos professores, além de consultorias individuais e em grupo.

Ainda, o programa também incentiva as OSC’s a desenvolverem a estratégia da criação de um produto ou serviço, ou aperfeiçoarem algo já existente, que contribua com a captação de recursos para a própria organização, promovendo sustentabilidade financeira e maior autonomia para a continuidade de suas atividades.

“As capacitações e treinamentos contemplam comunicação, gestão, pessoas, comercial e social. Os vencedores ainda serão acompanhados de perto pelas lideranças da MRV, para que eles compartilhem experiências e apoiem os projetos, pois o objetivo é deixar um legado para torná-los autossustentáveis”, explica Fischer.

Cada proposta será avaliada de acordo com critérios exigidos no edital por uma comissão formada pelos voluntários do Instituto MRV. Posteriormente, as propostas mais bem avaliadas são publicadas para uma votação popular, permitindo que os idealizadores mobilizem suas redes e comunidades a participarem da escolha do que melhor as representa. Por fim, as propostas mais bem votadas participam do Educar para Transformar.