A Marinha brasileira realizou na manhã desta terça-feira (10/08) um mega evento para entregar um convite ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para participar de Demonstração Operativa em Formosa (GO), no entorno do Distrito Federal.

Após polêmicas, devido à passagem dos blindados por Brasília, ocorrer no mesmo dia da votação da adoção do voto impresso no processo eleitoral, defendido amplamente por Bolsonaro, a Marinha divulgou uma nota, nessa segunda-feira (09/08).

“A Operação é realizada desde 1988, no Campo de Instrução de Formosa (CIF), com o propósito de assegurar o preparo do Corpo de Fuzileiros Navais como força estratégica, de pronto emprego e de caráter anfíbio e expedicionário, conforme previsto na Estratégia Nacional de Defesa. Este ano, de forma inédita, haverá também a participação de meios do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira, de modo a incrementar a interoperabilidade das Forças Armadas do País”, cita trecho do comunicado.

Também nessa segunda, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), classificou o desfile de ‘trágica coincidência’, por causa da pauta do voto impresso no Congresso. Vale lembrar, que a matéria foi derrotada na comissão especial, porém, mesmo assim, Lira decidiu levar o tema para apreciação do plenário.

Desfile

Embora o evento seja anual (desde 1988) e o presidente da República é sempre convidado, não é comum a organização de um desfile para o ato. Dado a situação da crise sanitária no país, provocada pela pandemia da Covid-19.

O episódio se torna mais trágico ao promover aglomerações. Durante a manhã, na Praça dos Três Poderes, houve comparecimento de manifestantes contrários e favoráveis a Bolsonaro. Os contras pediam o impeachment do presidente e os apoiadores reivindicavam causas, como um golpe militar.

Surto de Covid

Nesta terça, o jornal Correio Braziliense publicou que uma fonte, não identificada, denunciou um surto de Covid-19 entre militares acampados para os exercícios em Formosa (GO). De acordo com o informante, os oficiais estariam tentando sufocar a informação.

“Alguns militares mais velhos não tomaram vacina por negacionismo, porque Bolsonaro não tomou, e outros, mais novos, não estão na faixa etária em suas regiões. Isso está provocando um surto no campo de treino”, informou a fonte ao Correio.

O informante citou ainda que um médico oficial se contaminou atendendo outros militares e, não foi levado para um hospital, ficando isolado em um centro de instrução da Marinha em Santa Maria.