A série de comédia policial Brooklyn Nine Nine, produzida pela NBC, chega a sua oitava e última temporada. Após reviravoltas, como ser cancelada pela FOX e ganhar uma nova chance por pressão dos fãs em outra emissora, o programa estreou seu primeiro e segundo episódios do novo ano nesta quinta-feira (12/08).

Embora tenha sempre abordado temas sensíveis – como o episódio em que Terry (Terry Crews) é alvo de racismo policial ao procurar o brinquedo de sua filha pelo bairro à noite -, esta nova leva de capítulos promete não ignorar acontecimentos recentes que puseram a credibilidade policial à prova.

Já no primeiro episódio, vemos Rosa Diaz (Stephanie Beatriz) abandonando a corporação em decorrência do incidente de George Floyd, homem negro que foi assassinado no dia 25 de maio de 2020, estrangulado por um agente, que causou comoção mundial em torno da discriminação dentro das forças policiais. Desacreditada da validade da instituição, ela decide procurar uma maneira de se fazer útil à causa sem se afiliar com o que considera ser o problema.

Jake Peralta, interpretado pelo comediante Andy Samberg, tenta provar incessantemente que ele é um “bom policial”, e não parte do problema, quando Rosa é categórica: “Isso não é sobre você”. A personagem marca que não são escolhas individuais ou o papel de uma única pessoa que pode resolver a situação. Trata-se de algo maior: a raiz é estrutural, e precisa ser tratada na organização da sociedade, não com ações que eximem o indivíduo de culpa pessoal.

Mesmo sem medo de colocar o dedo na ferida, a comédia continua afiada. O capitão Holt (Andre Braugher), com sua personalidade estoica, completa seu arco de desenvolvimento ao aprender a lidar com sentimentos e nuances da experiência humana, enquanto Jake e Amy (Melissa Fumero) aprendem a ser pais de primeira viagem e conciliar a família com trabalho.

As temporadas anteriores podem ser conferidas no Brasil pela Netflix.