Mais de 400 servidores da educação recusaram vacina em Goiás
Profissionais terão que realizar teste a cada 15 dias
Até o momento, 415 trabalhadores da educação do Estado se recusaram a tomar vacina contra a Covid-19, de acordo com a titular da Secretária de Estado da Educação (Seduc), Fátima Gavioli. Estes servidores que não quiseram se vacinar terão que realizar o teste para detecção do vírus a cada 15 dias.
De acordo com a secretária, a Seduc não irá se responsabilizar em testar funcionários que não sem vacinaram, mas o resultado deve ser apresentado junto à folha de ponto. Com relação à vacinação, Fátima informa que até o final deste mês pelo menos 59% dos profissionais da educação estarão imunizados com as duas doses. Até o momento, a cobertura vacinal da categoria foi de 20%.
Aqueles servidores que optaram por não se imunizar contra a Covid-19 não devem sofrer nenhum tipo de punição. Fátima explicou que muito pouco ou nada poderá ser feito caso eles sejam efetivos, mas se forem temporários, poderá ter alguma “conversa” para que mudem de ideia.
“Se eles forem servidores efetivos, não há nada que impeça que eles continuem, embora eu acredite que é uma irresponsabilidade muito grande, tendo em vista que não é só a vida dele que está em risco, mas também das crianças e dos colegas de trabalho. Se ele for efetivo eu não tenho muito o que fazer, se for contratado a gente chama para conversar”, disse.
Regras
Para garantir o retorno seguro de alunos e professores, a Seduc e parceiros elaborou documento com regras. De acordo com o protocolo, o distanciamento mínimo é de 1 metro entre os alunos com máscara e 2 metros entre os alunos e professores. Na organização das salas de aula, as carteiras não poderão ficar dispostas uma em frente à outra.
Entre as recomendações estão a de que as máscaras devem cobrir o nariz e a boca e ser vedada ao rosto. A orientação é de troca de 3 a 4 horas, caso esteja suja ou úmida. Para os alunos que possuem cabelos longos, a recomendação é de prendê-los. As unidades educacionais ainda deverão criar um Plano de Contingência, elaborar relatórios a cada 15 dias sobre a situação de cada local, após o retorno das atividades. Os protocolos deverão ser monitorados diariamente.
O texto diz que também será necessário promover a educação sobre os cuidados, prevenção, monitoramento e controle da Covid-19, por meio dos profissionais da educação da unidade escolar e produzir medidas de rastreamento de casos suspeitos e confirmados da unidade de ensino. Com 41 páginas, o documento foi encaminhado para todas as unidades escolares da rede pública estadual.
O objetivo é orientar professores e gestores sobre a importância das medidas pedagógicas e de monitoramento constante para a retomada das aulas presenciais. O guia também traz informações sobre a organização do espaço escolar e as medidas de prevenção e controle da Covid-19 durante o retorno gradual das aulas. “É imprescindível a comunicação muito afinada entre pais, trabalhadores da educação e Secretaria de Saúde, para que, na ocorrência de qualquer caso, seja notificado imediatamente para tomar as providências”, completou Flúvia.
Recusa da vacina é preocupante
“Naturalmente, os coordenadores e secretários deveriam estar muito preocupados com isso, alerta Ieda Leal, membro e tesoureira do Sindicato dos trabalhadores em Educação de Goiás. Ela destaca que é necessário que a Seduc faça um diálogo com esses servidores que não quiseram se vacinar. “Então, tem que ter um plano para o debate com esses profissionais. Onde estão, porque isso acontece e qual é a situação”, avaliou.
Para ela, é necessário ter mais responsabilidade com a vida dos outros. “Não podemos nos recusar. Eu acho que o governador deveria pensar em como resolver essa situação. Estamos pensando que o retorno não pode ser evitado, mas devem ser respeitadas as condições que são colocadas, como por exemplo a vacinação, o número de pessoas dentro das escolas para não gerar aglomeração”, finalizou. (Especial para O Hoje)