Prefeitura procura 6 mil atrasados para a 2ª dose da vacina
Ação começou em agosto, mas ainda não há um relatório de quantas pessoas foram encontradas
Mesmo com o surgimento de novas variantes, cerca de 5.900 pessoas não retornaram para tomar a segunda dose da vacina contra a Covid-19 na Capital, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia. Ao jornal O Hoje, o Superintendente em Vigilância em Saúde de Goiânia, Yves Mauro Ternes, explicou que esse número é resultado de um cruzamento de dados que vem sendo realizado e que a SMS e as equipes de orientação primária já estão realizando busca ativa desde o início de agosto para localizar quem está com a segunda dose atrasada.
“É muito difícil fazer essa avaliação [de quantas pessoas estão com a segunda dose atrasada], porque o paciente pode receber a primeira dose em um município e a segunda dose em outro. Além disso, a dose pode não ter sido registrada. São várias variáveis que prejudicam a mensuração de quem ainda não recebeu a segunda dose da vacina”, explica o Superintendente.
De acordo com a pasta, assim que notado o atraso da vacinação, a equipe de orientação primária busca nos registros e entra em contato via telefone para localizar essas pessoas em situação de atraso vacinal. “Para aquela pessoa que não é localizada via contato telefônico, a pasta aciona uma equipe com agentes comunitários de saúde para fazer uma visita à residência dessa pessoa e assim verificar a condição e o motivo pelo qual a pessoa não recebeu a segunda etapa da imunização. Nesta ocasião, a pessoa também é orientada a procurar o ponto de vacinação mais próximo para receber a dose”, afirma Yves.
Número preocupa
Segundo o superintendente, o número de quase seis mil pessoas em atraso com a vacina pode ser considerado alto, mesmo que possa sofrer flutuações no decorrer da semana. “Temos atraso de digitação, pessoas vacinadas em outros municípios. Mesmo assim, o número chama atenção visto que estamos em um momento de pandemia e precisamos ter uma procura de segunda dose de pelo menos 99% da população, sabendo que muitas pessoas não conseguem se vacinar, porque tem a questão do esquecimento da segunda dose, ou porque as pessoas não procuram ou mesmo porque acabam perdendo o cartão de vacinação”, destaca.
Neste último caso, a orientação do Superintendente para quem perdeu o cartão de vacinação, que comprova a primeira dose da vacina é que a pessoa procure o mesmo local em que fez a primeira dose para que seja buscado o registro da aplicação. Assim, será confirmado o lote, a marca da vacina e o dia em que a dose foi aplicada, o que permite que o cartão possa ser refeito e a pessoa passe a ter um documento a mais que comprove a primeira dose.
“Quem estiver em situação de atraso ou quem ainda não se vacinou, pode encontrar todas as informações sobre a vacinação no site da prefeitura. Lá é possível verificar qual público está sendo vacinado, quais os locais, as respectivas vacinas, e com isso as pessoas conseguem se programar e completar a imunização”, finaliza.
Até ontem (18), segundo dados da SMS, Goiânia aplicou 1.176.263 doses de vacinas contra a Covid-19. Destas, referem-se à primeira dose 781.659 vacinas, o que equivale a 66,86% da população acima de 18 anos imunizada. Já com relação à segunda dose e dose única, foram aplicadas 394.604 doses, o que equivale a 33,75% da população acima de 18 anos com a imunização completa.
Em Goiás, até o momento, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), referentes à primeira dose, foram aplicadas 3.631.388 doses das vacinas contra a Covid-19 em todo o Estado. Em relação à segunda dose, foram vacinadas 1.472.692 pessoas. Em relação às vacinas, o Estado de Goiás já recebeu 6.591.960 doses de imunizantes, sendo 2.083.940 da CoronaVac, 2.982.490 da AstraZeneca, 1.373.580 da Pfizer e 151.950 da Janssen. Ao todo, já são 789.009 casos confirmados da doença, com o registro de 21.908 óbitos confirmados de Covid-19 em Goiás. (Especial para O Hoje)
Legenda: Equipes já estão realizando busca ativa desde o início de agosto para localizar quem está com a segunda dose atrasada
Terceira dose da vacina deve começar em idosos
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta quarta-feira (18) durante coletiva de imprensa que o reforço da vacinação com a aplicação da terceira dose das vacinas contra a Covid-19 deverá acontecer, inicialmente, em idosos e profissionais da saúde.
Queiroga, no entanto, não informou quando a aplicação da dose de reforço começará no Brasil e disse que são necessários mais dados científicos para que o Ministério da Saúde possa organizar a aplicação. A presença da variante Delta do país também reforça a necessidade do reforço vacinal, segundo o ministro.
“Planejamos, no momento que tivermos todos os dados científicos e tivermos o número de doses suficiente disponível. Isso vale para todos os imunizantes. Mas para isso, nós precisamos de dados científicos. Não vamos fazer isso baseado em opinião de especialista”, disse o ministro.
O Ministério da Saúde afirmou que todos os estados passarão a receber doses das vacinas contra Covid-19 de maneira equilibrada e pediu para que os entes sigam as orientações do Plano Nacional de Imunização (PNI) e o Plano Nacional de Operalização (PNO), que coordena a distribuição das doses.
Coronavac
No fim de julho, Queiroga já havia anunciado que o ministério havia encomendado um estudo para avaliar a necessidade da terceira dose naqueles que receberam a Coronavac. Segundo afirmou nesta quinta-feira, a decisão de estudar o imunizante chinês da Sinovac, fabricado no Brasil pelo Instituto Butantan, veio porque já há estudos sobre a terceira dose de outras vacinas.
“Ainda não há evidência científica sólida de como deve ser. Se deve ser o mesmo imunizante, outro, e qual o momento de fazer isso”, disse o ministro. “Pessoas com duas doses podem adoecer, inclusive em formas graves, mas se compararmos os que se vacinaram com duas doses e aqueles que não receberam a vacina, o benefício da imunização é incontestável”, declarou Queiroga.
Além disso, o ministro reiterou que a pasta vai decidir em setembro se irá diminuir o intervalo entre as doses de Pfizer de 3 meses para 21 dias, como orienta a bula da vacina. Em agosto, a pasta espera ter distribuído doses suficientes para a primeira aplicação em todos os adultos.
Já o secretário-executivo da Saúde, Rodrigo Cruz, apresentou projeção interna do ministério sobre o ritmo de imunização. Caso seja aprovada a diminuição do intervalo entre as doses de Pfizer e a aplicação de cerca de 2,4 milhões de doses por dia, a perspectiva é de praticamente terminar a imunização de maiores de 18 anos com duas doses até o fim de outubro.
O secretário-executivo da pasta, Rodrigo Cruz, afirmou que a lógica do PNO segue a definição de grupos prioritários e não da quantidade da população de cada estado. (Com agências)