Cooperativismo goiano cresce e ocupa a sexta posição no ranking do Brasil
Cooperativas goianas deram um salto significativo em 2020, com o ingresso de 42 mil novos membros
A pandemia da Covid-19 gerou impactos negativos em diversas áreas de atuação, ainda assim o cooperativismo cresceu fortemente em Goiás neste período. Demonstrando resiliência e capacidade de se manter competitivo, as cooperativas goianas deram um salto significativo em 2020, com o ingresso de 42 mil novos cooperados, passando de 259.316, em 2019, para 301.108, gerando um aumento de 16,1%, segundo dados do Anuário Brasileiro do Cooperativismo, recentemente divulgado pela OCB Nacional.
Referente ao ano passado (2020), eram 235 cooperativas em atividade no Estado, garantindo à Goiás o sexto lugar no ranking nacional em números de unidades ativas. O número de empregos diretos gerados pelas cooperativas goianas cresceu de 11.895, em 2019, para 12.843, em 2020, aumentando 7,96%, acima da média nacional do ano. O cooperativismo goiano gera quase 13 mil empregos diretos, sendo também o sexto Estado em número de postos de trabalho no cooperativismo brasileiro.
O modelo de negócio do cooperativismo tem ampla capilaridade no Estado e desempenha papel estabilizador na economia. Mesmo em cenário adverso, como o vivenciado atualmente pela pandemia, o setor apresentou bom desempenho em Goiás, com destaque nos ramos de agronegócio e o de saúde, principalmente quando comparado às empresas tradicionais destes mercados.
O total de ativos gerados pelas cooperativas goianas apresentou no ano passado o crescimento de 43,3%, saltando de R$ 21,7 bilhões, em 2019, para R$ 31,1 bilhões, em 2020. O patrimônio líquido do setor em Goiás cresceu de R$ 5,774 bilhões, em 2019 para R$ 7,215 bilhões, em 2020, com aumento de 24,9%. Outro dado muito significativo do cooperativismo goiano é o das sobras, o qual equivale ao lucro, que cresceu 180%. Em 2019, as cooperativas no Estado geraram sobras de R$ 525,8 milhões. Já em 2020, foram de R$ 1,475 bilhões.
Segundo o presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira, o modelo econômico do cooperativismo tende a sofrer menos com os impactos das crises, seja nas cooperativas agroindustriais ou no ramo dos prestadores de serviços. “Isso deve-se, principalmente, à força do conjunto e pela relação próxima e de confiança entre cooperado e cooperativa. Nesses momentos o cooperado apoia a sua cooperativa e vice-versa”, afirma. “Os números do Anuário do Cooperativismo reforçam essa tese, em especial em Goiás, onde a pujança do agronegócio reverberou nas cooperativas, especialmente nas do agronegócio, de transporte e as de crédito”, enfatiza.
Coorporativas No Brasil
O setor cooperativista brasileiro reúne em 4.868 cooperativas o total de 17 milhões de cooperados, sendo assim, responsável por 455 mil empregos diretos. Em 2020, os postos de trabalho no setor cooperativista aumentaram em 6% se relacionados ao ano anterior, mesmo com o forte impacto causado pela pandemia no mercado de trabalho. A taxa média de desemprego no Brasil chegou a 13,5% no ano passado, quando foram eliminados 7,3 milhões de postos de trabalho no país.
No ano de 2019 para 2020, o número de cooperativas brasileiras caiu de 5.314 para 4.868, respectivamente. A redução pode ser explicada pelo movimento natural do mercado em busca de ganhos de eficiência e escala, consequentemente a redução de custos, principalmente por meio de fusões e incorporações de empresas. Em Goiás, houve duas incorporações no ano passado: Sicoob Credisaúde e Sicoob Crediforte que foram incorporadas pelo Sicoob Crediadag, enquanto a Sicoob Credi-SGPA foi incorporada pelo Sicoob Secovicred.
O Anuário Brasileiro do Cooperativismo é uma importante fonte de dados sobre o setor cooperativista. Estes podem servir de base para estudos mais específicos e auxiliar no desenvolvimento de políticas públicas e estratégias em benefício do setor e das populações sob sua influência, uma vez que o cooperativismo tem no interesse pela comunidade um de seus princípios.