Em maio deste ano, o Paço anunciou o programa “Goiânia Inteligente”, com o lançamento do primeiro projeto-piloto em um trecho da Avenida de 24 de Outubro e da Rua José Hermano, no Setor Campinas. A proposta foi batizada de “Rua Inteligente”, que, resumidamente, consiste em uma ideia de interligar equipamentos com tecnologias para tornar a cidade mais segura e facilitar a mobilidade urbana. Porém, já se passaram quase três meses do anúncio, e o projeto nem mesmo foi finalizado no papel.

Inicialmente, a Secretaria Municipal de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sictec) descreveu que será implantada uma ‘sandbox’ (em tradução livre do inglês, significa área de teste) em uma das principais avenidas de comércio da Capital. Nesse contexto, foi escolhida a 24 de Outubro. De acordo com o secretário municipal de Inovação, Ciência e Tecnologia, André Rodrigues Martins, a opção pelo trecho em Campinas foi pelo alto fluxo de carros e de pedestres em um curto espaço. Além disso, foi levado em consideração as características típicas, como bairro histórico com intenso comércio.

Para meados de junho, estava programada a edição de um decreto, assinado pelo prefeito Rogério Cruz (Republicanos), tornando o trecho um protótipo para o conceito, que deve se espalhar por toda a cidade. Mas, até o momento, o decreto não foi publicado, o que deve ocorrer apenas quando o projeto ficar pronto. “A Sictec informa que está na fase de finalização do projeto do programa Goiânia Inteligente”, informou a pasta.

Nesse local, deverão ser instaladas câmeras com reconhecimento facial e de som, iluminação com lâmpadas de LED inteligente, wi-fi social, semáforos inteligentes, parquímetros autônomos, entre outras tecnologias. Toda a experiência será avaliada tanto pela administração municipal quanto pela população, destacou a Sictec, acrescentado que “as tecnologias aprovadas serão replicadas por toda a cidade”. Mas, por enquanto, àqueles que estarão envolvidos no dia a dia da implantação apenas participarão após a elaboração do projeto. “Será formado um Comitê Gestor com a participação de entidades representativas do setor produtivo e de moradores da região”, citou o comunicado.

A ideia do Paço é que após a instalação do programa a população participe do processo de avaliação, isto é, aprovando ou não o que se testou ali. Martins frisou que a intervenção no cruzamento, entre a Praça Joaquim Lúcio e o Estádio Antônio Accioly; e a José Hermano, será a primeira ação prioritária do Goiânia Inteligente. Ao testar sistemas que irão promover a conectividade do cidadão goianiense, melhorar o ambiente urbano e contribuir com o desenvolvimento social e econômico, por meio do uso de tecnologias. A expectativa da iniciativa é potencializar, a partir dos dados coletados, a criação de políticas públicas para todas as áreas, como segurança, educação e saúde.

Elaboração do projeto

A Câmara Municipal de Goiânia foi procurada para saber se está ou irá participar da elaboração do projeto “Goiânia Inteligente”. A assessoria de imprensa da Casa informou que formalmente não. “O prefeito tem ouvido os vereadores, mas informalmente. Pelo menos, por enquanto, não foi criada uma instância para reunir ideias”, informou por nota. Questionada se a proposta dependerá de aval dos vereadores, a Sictec respondeu que não há a necessidade de aprovação.

Cotado para integrar o futuro Comitê Gestor, o segmento empresarial ainda não foi procurado. A presidente da Associação dos Empresários de Campinas (Acecamp) e diretora do Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas-GO), Margareth Maia Sarmento, conta que ainda não foi chamada para conhecer o programa.

No dia 20 de maio, 10 dias antes do anúncio oficial do “Goiânia Inteligente” uma ação chegou a ser programada para apresentar a ideia ao setor empresarial goianiense, porém, o encontro foi cancelado. (Especial para O Hoje)