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sábado, 23 de novembro de 2024
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Mercado de Trabalho

Profissionais experientes enfrentam preconceito relacionado à idade

Pesquisa aponta que 70% dos profissionais acima dos 40 anos já sofreram discriminação motivada por sua faixa etária

Postado em 28 de agosto de 2021 por Redação
Profissionais experientes enfrentam preconceito relacionado à idade
Pesquisa aponta que 70% dos profissionais acima dos 40 anos já sofreram discriminação motivada por sua faixa etária | Foto: Reprodução

Discussões acerca da inclusão de grupos minoritários, bem como a aposta na inclusão dos mesmos, como mulheres ou pessoas racializadas, se tornam cada vez mais fortes nos mais diversos campos, a exemplo do mercado de trabalho. Entretanto, o preconceito relacionado à idade, que se faz presente, por exemplo, no setor empresarial, muitas vezes não é combatido da forma como deveria. 

De acordo com uma pesquisa realizada com mais de 4.500 profissionais pelo InfoJobs, empresa de tecnologias para recrutamento, mais de 70% dos profissionais com idade igual ou superior a 40 anos já sofreram preconceito no mercado de trabalho por causa da idade.

Esse tipo de preconceito é chamado de etarismo, ou ainda ageísmo, palavra derivada do inglês age, que significa idade. Essa discriminação pode atingir pessoas de qualquer faixa etária, dos mais jovens aos idosos, mas sua presença se destaca no setor empresarial em situações que envolvem profissionais com mais idade, conforme explica o professor do curso de Gestão Comercial da Faculdade Senac, Edson Manica.

Em contrapartida, a psicóloga Débora Simão Lima, da seção de Recrutamento e Seleção do Sesc e Senac Goiás, defende que os profissionais mais experientes têm o seu valor, e por isso não devem ser excluídos. “Profissionais com mais idade conseguem prever movimentos do mercado e antecipar soluções, possuem maturidade e tendem a ser mais resilientes, além de que trazem uma figura de liderança forte para a empresa, gerando mais segurança”, ela avalia.

Nesse sentido, o professor Edson Manica comemora que esse valor seja reconhecido, apesar de ainda haver espaço para melhorar. “É cada dia mais amplo o consenso entre gestores de RH sobre a valiosa contribuição destes profissionais nas empresas”, diz.

No ponto de vista de Manica, a ausência de profissionais com 40 anos ou mais nas empresas gera um ambiente de trabalho menos diverso.

“Desafios superados anteriormente pelas empresas tendem a ressurgir, porém com uma nova roupagem em função das tecnologias e do cenário atual de mercado. Neste momento, um mix de gerações com profissionais de diferentes idades torna o processo de resolução de problemas mais assertivo”, afirma.

No entanto, nem todos concordam com essa perspectiva, e algumas empresas ainda se recusam a contratar profissionais com mais idade e mais experiência. Manica acredita que isso se dá em função de preconceitos que não condizem com as reais capacidades desses profissionais, como a falta de habilidade com os meios digitais e a velocidade para a execução das tarefas.

Mas o que de fato prejudica o rendimento desses profissionais não é a idade, e sim a hostilidade com que são tratados. “O etarismo causa nos profissionais um desempenho abaixo de suas habilidades nas tarefas, sentimento de menos valia, pode desencadear ansiedade, estresse e até mesmo depressão”, avalia Débora Simão.

Um outro fator determinante para a não contratação diz respeito aos salários que os mesmos demandam das empresas, que costumam ser maiores do que aqueles recebidos por pessoas com menos idade ou menos experiência. “Nem sempre a empresa possui a capacidade de enxergar que um profissional com um maior nível de experiência trará resultados superiores aos negócios”, destaca o professor.  

Além de minar oportunidades de crescimento para pessoas mais velhas, essa exclusão deixa fora do mercado a parcela de pessoas que, segundo pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), será maioria da população do país em 2060.

Com o rápido envelhecimento populacional em todo o mundo, e especialmente acelerado no Brasil, a pirâmide etária do país está se invertendo em função de estarmos vivendo mais tempo e tendo menos filhos. Essa revolução da longevidade aponta que as empresas devem se adequar às transformações, e entender que em breve não será possível compor um quadro de funcionários exclusivamente jovens. 

A fim de contornar os desafios impostos, para somar à sua experiência, os profissionais com 40 anos ou mais devem estar atualizados, aconselham os recrutadores e gestores da área. “Estar atualizado será um diferencial. Busque por treinamentos relacionados às novas tecnologias, como computação em nuvem ou digitalização de processos. Se atua na área comercial, busque por capacitações que lhe permitam conhecer o perfil das diferentes gerações de consumidores que estão no mercado ou então marketing 4.0”, sugere Manica.

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