Nova prisão de João Teixeira de Faria, popularmente conhecido como João de Deus, foi causada, na última quinta-feira (26/08), em decorrência de vítimas citadas no processo. Estas citaram em depoimentos ameaças, conflitos, medo e vergonha decorrentes do crime sexual que sofreram.

Denúncias de estupro de oito mulheres causaram a prisão de João de Deus, e outras 44 vítimas são ouvidas na ação como testemunhas, uma vez que os crimes prescreveram. Além disso, duas das vítimas são irmãs e uma delas relatou que os abusos surtiram efeitos para toda a família. “Meu pai deve sentir uma dor enorme de imaginar que as duas filhas foram abusadas por aquele monstro”, disse.

Em um dos depoimentos, uma das vítimas diz ter recebido visitas e ameaças de pessoas armadas. “Ameaçaram e exigiram silêncio. Quando contei para o meu marido, ele me desestimulou a levar o caso adiante, por considerar João de Deus muito poderoso”, contou.

A mulher afirmou que antes de ir à delegacia denunciou os abusos para funcionários da Casa Dom Inácio, local onde ocorriam os trabalhos religiosos do médium. A mulher afirmou ainda que chegou a procurar João de Deus pessoalmente em Abadiânia, que negou os abusos, além de alegar que estava passando por um câncer.

Outras duas vítimas relatam sentir medo e vergonha do infeliz acontecimento. “As pessoas não entendem como eu estava com medo, e sei que outras mulheres que sofreram estupros e abusos tiveram medo e vergonha, ficaram traumatizadas e foram silenciadas”, desabafou uma. Já a outra relatou que ninguém iria acreditar nas mulheres, pelo contrário, ‘ia ser ridicularizada, excomungada’.

João de Deus foi ao Fórum de Abadiânia para participar da audiência de custódia na tarde da última sexta-feira (27/08). A justiça decidiu manter a prisão, dessa forma o médium retornou a Aparecida de Goiânia, onde segue preso no Núcleo de Custódia.