Na despedida dos Jogos de Tóquio, Alex Pires desafia o calor em busca da medalha na maratona
No último dia de competições dos Jogos de Tóquio, Alex Pires, atleta do Time Ajinomoto, tentará recolocar o Brasil novamente no pódio da maratona, a prova mais desgastante do atletismo. A partir das 18h50 deste sábado (4), manhã de domingo (5) no Japão, ele disputa a prova na classe T46 (deficiência nos membros superiores). Para conquistar uma medalha, […]
No último dia de competições dos Jogos de Tóquio, Alex Pires, atleta do Time Ajinomoto, tentará recolocar o Brasil novamente no pódio da maratona, a prova mais desgastante do atletismo. A partir das 18h50 deste sábado (4), manhã de domingo (5) no Japão, ele disputa a prova na classe T46 (deficiência nos membros superiores).
Para conquistar uma medalha, Alex Pires terá como adversário extra o forte calor que tem castigado o Japão nas últimas semanas. Mas o brasileiro diz que tenta não se preocupar demais com esta situação.
“Acho que é uma questão de adaptação. Claro que por este fator, a prova deixa de ser mais intensa e se torna ainda mais de resistência. Acredito que a melhor estratégia é ser mais conservador, estar no grupo da frente, mas não ser agressivo. Com isso, tentar me sobressair nos metros finais, principalmente depois do quilômetro 35, que é quando o atleta que vence a prova acaba se sobressaindo dos demais. Essa é a melhor estratégia”, disse o atleta gaúcho de 31 anos, natural de Sapiranga.
Caso consiga chegar ao pódio, Alex Pires conquistará a quarta medalha brasileira na maratona, repetindo os feitos de Carlos Roberto Sestrem, bronze em Seul 1988, e Tito Sena, que foi prata na edição de Pequim 2008 e ouro em Londres, em 2012. O atleta do Time Ajinomoto encara esta expectativa com tranquilidade.
“Tenho lidado bem com isso, pelo fato de já ter participado de vários campeonatos mundiais e também dos Jogos do Rio, em 2016. Assim, não fico muito ansioso e foco bem nos treinamentos. Nesta semana, baixamos a carga de treino para que eu possa chegar o mais descansado possível, poder desempenhar nossa melhor corrida e ter um resultado satisfatório para mim e também para o Brasil”, disse Alex Pires, que considerou bom o percurso dos 42,195 km da maratona dos Jogos de Tóquio.
“Gostei pelo fato de ter cerca de 85 a 90% de trechos planos. O que dificultará mesmo será depois dos 35 ou 36 km, quando estaremos chegando perto do estádio, onde você pega uma longa subida, em torno de três quilômetros. Pela altimetria, nem aparenta ser tão forte, mas vai minando a resistência. Por isso que tem que tomar bastante cuidado com a questão do calor, para que quando chegar neste trecho você ainda tenha perna para fazer força e subir bem e tentar vencer a prova. Além disso, será a primeira vez que eu terei a experiência de largar e chegar no Estádio Olímpico, então será uma satisfação enorme”, afirmou.
Alex Pires descobriu que possuía um encurtamento no braço esquerdo com oito anos de idade. Procurou tratamento, mas devido à complexidade em perder o movimento do membro, optou por não fazer a cirurgia. Começou a praticar o atletismo paralímpico em 2007, primeiro se dedicando às provas de meio-fundo de pista (800 e 1.500 m), passando a se dedicar à maratona a partir de 2016. Neste ciclo, conquistou a medalha de ouro no Mundial de Londres, em 2017.