Bolsonaro defende participação de policiais militares em atos de 7 de setembro
Defesa ocorre após promotores e juízes condenarem a participação de Pms em atos pró governo.
O presidente Jair Bolsonaro (Sem partido), defendeu neste sábado (04/09), a participação de policiais militares nos atos programados para o 7 de setembro em Brasília e São Paulo. A declaração ocorreu durante um evento de direita.
“Se falarmos ‘não sou policial militar, não tenho nada a ver com isso’, aguarde que sua hora vai chegar”, disse o presidente. A frase diz respeito à pressão que governos estaduais têm feito contra a participação de PMs.
Na última semana, promotores de sete estados e um juiz militar se movimentaram para coibir a participação de policiais militares nas manifestações pró governo. As ações ocorrem em São Paulo, Distrito Federal, Pernambuco, Ceará, Pará, Mato Grosso e Santa Catarina e utilizam instrumentos jurídicos variados de monitoramento, fiscalização e controle das forças policiais dos estados.
Estas ações variam da instauração da chamada notícia de fato, que pede apuração da participação de PMs em atos antidemocráticos, caso do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC). Outra medida consiste em uma orientação emitida pelo próprio juiz militar de Mato Grosso, que alerta o comandante-geral da PM para “consequências graves e imediatas” nos casos de “quebras de hierarquia e comportamento subversivo”.
“Os instrumentos estão à disposição dos promotores, mas é preciso utilizá-los, e isso tem um custo porque pede a coragem do enfrentamento”, avalia Flávio Milhomem, da Promotoria de Justiça Militar do Distrito Federal.
Durante uma motociata realizada em Pernambuco neste sábado (04), Bolsonaro falou sobre uma ‘ruptura que nem eu nem o povo deseja’, além de defender que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) deveriam ser ‘enquadrados’ pela população.
Sem citar nomes, mencionando apenas ‘um ou dois’ ministros, segundo a Folha de São Paulo, os ataques foram direcionados a Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, sendo este presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “O STF não pode ser diferente do Poder Executivo ou Legislativo. Se tem alguém que ousa continuar agindo fora das quatro linhas da Constituição, o poder tem que chamar aquela pessoa e enquadrá-la. Se assim não ocorrer, qualquer um dos três Poderes… A tendência é acontecer uma ruptura”, afirmou.
Além disso, o presidente afirmou que, apesar de não concordar com a ruptura, a responsabilidade cabe a cada poder. “Ruptura essa que eu não quero nem desejo. Tenho certeza, nem o povo brasileiro assim o quer. Mas a responsabilidade cabe a cada poder. Apelo a esse poder, que reveja a ação dessa pessoa que está prejudicando o destino do Brasil”, discursou diante de centenas de apoiadores.