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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Vacinados

Match da vacina: imunização vira atrativo em aplicativos de namoro

A ressocialização após parte da população se vacinar tem ajudado até nos encontros amorosos

Postado em 11 de setembro de 2021 por Carlos Nathan Sampaio
Match da vacina: imunização vira atrativo em aplicativos de namoro
A ressocialização após parte da população se vacinar tem ajudado até nos encontros amorosos | Foto: Nathan Sampaio

As relações afetivas movem o mundo e, consequentemente, a economia também. Dificilmente alguém vai a algum lugar sozinho, principalmente quando os locais são bares e baladas. Conhecer alguém também envolve a ida a estes lugares, mesmo com o uso de aplicativos de relacionamento, o ponto de encontro é, quase sempre, um lugar marcado para o ‘date’, termo conhecido e que significa encontro em inglês.

Apesar disso, em tempos de combate à pandemia da Covid-19, muitos meses se passaram com medidas restritivas oficializadas por decretos impedindo a abertura de locais que pudessem propagar a doença. Mas então as vacinas surgiram como a solução para os problemas da humanidade e, consequentemente, dar uma forcinha nos relacionamentos, afinal, as pessoas vacinadas provavelmente gostariam de se relacionar com outras imunizadas, principalmente as solteiras.

Com isso, muitas pessoas começaram a publicar em seus perfis de aplicativos quando estavam vacinadas. Neste sentido, o aplicativo de paquera InnerCircle resolveu facilitar o esquema. Além de favorecer os encontros virtuais, o app permite indicar quem está imunizado contra o vírus. Um selo indica os adeptos da vacina e em qual fase da imunização se encontra: “Totalmente vacinado”, “Esperando a segunda dose”, “Esperando minha vez para vacinar” e, até mesmo, “Não vou me vacinar”.

Essa iniciativa é pioneira no Brasil e promete ajudar a aproximar (ou afastar) pessoas, conforme a linha de pensamento quanto ao processo de saúde. “É um assunto sobre o qual todos estão falando. De abril para maio, percebemos um aumento de 35% nas menções à palavra ‘vacina’ nas conversas, justamente quando as gerações mais jovens estão tomando suas primeiras doses”, explicou o CEO e fundador do aplicativo, David Vermeulen, completando que “o selo dá mais transparência nas conversas entre os solteiros”.

O modelo e administrador Santiago Freitas, 23 anos, é um dos adeptos de aplicativos de relacionamento. Solteiro, ele disse que agora que está vacinado, se sente mais confiante para usar a ferramenta. “Antes, com a pandemia e sem vacina, não dava para não ficar preocupado, e relacionamentos eram a última preocupação. Foquei nos estudos, manter o emprego, me cuidar e cuidar dos próximos para que eu não perdesse ninguém para a Covid”, disse ele.

O administrador afirmou, ainda, que sabe que a pandemia não acabou, mas que continua tomando os cuidados necessários para evitar o contágio pelo coronavírus. “Quando eu decido instalar um aplicativo de relacionamento, a vacinação é, com certeza, uma das coisas que eu procuro saber sobre a pessoa, pois sabemos que é possível se contaminar menos vacinado então, assim como não quero botar a minha vida em risco, também não quero fazer isso com ninguém, caso eu tenha Covid e seja assintomático, por exemplo”, concluiu.

Outra pessoa que afirmou utilizar aplicativos de namoro de olho na vacinação do pretendente foi a advogada Priscila Gontijo, 29 anos. Ela lembrou que para as mulheres, os relacionamentos são sempre mais difíceis, ainda mais em tempos de pandemia. “Vivemos com medo de assediadores, misóginos, até de estupradores, né? Agora temos mais essa preocupação, além de conhecer bem a pessoa e suas referências, amigos em comum etc. Agora fico de olho se a pessoa está vacinada e, principalmente, não é antivacina, por exemplo”, respondeu.

Goiás e Goiânia

Referente à primeira dose, foram aplicadas 4,3 milhões doses das vacinas contra a Covid-19 em todo o Estado. Em relação à segunda dose, foram vacinadas mais de 2 milhões pessoas. Ou seja, cerca de 30% dos goianos acima de 18 anos já estão vacinados.

Já a prefeitura de Goiânia anunciou esta semana que a capital ultrapassou a marca de meio milhão de pessoas completamente imunizadas contra a Covid-19. O total de 503.336 pessoas receberam a segunda dose ou a dose única da vacina, o que equivale a 43,05% da população acima de 18 anos. Ao todo, 80% da população foi vacinada com pelo menos a primeira dose, o que representa um total de mais de 936 mil pessoas.

Atividades em grupo voltam com cuidados redobrados

Além dos aplicativos que promovem a interação social e o retorno de atividades presenciais a dois, a vacinação contra Covid-19 em alta também permite que grupos de amigos voltem a se encontrar pela cidade para compromissos de lazer como ida a clubes e bares ou mesmo praticar esportes. É o caso do advogado, André Antunes de Paula, de 25 anos, que já se vacinou com uma dose, e tem pedalado com um grupo de amigos em Goiânia.

Para André, foi uma das atividades mais seguras que tem conseguido fazer, tomando os cuidados de sempre. “Eu e alguns colegas decidimos sair pra pedalar semanalmente e essa atividade faz com que a gente consiga se divertir, se exercitar, manter a distância apropriada, mas sempre contando com o álcool em gel e usando máscara”, afirmou. O advogado completou, ainda, que o ciclismo tem o ajudado a manter uma rotina saudável, além de proporcionar desafios. “Hoje já consigo pedalar dezenas de quilômetros por semana”.

O auxiliar administrativo, Maycon Douglas Santana Ribeiro – conhecido como Mike – 28 anos, também faz parte de um grupo que pratica queimada em uma quadra do Setor Sul, em Goiânia, e que já está completamente vacinado por trabalhar na área da Saúde. “A Queermada começou em 2019, mas tivemos a pandemia e ficou um bom tempo parada, já que não havia a vacina. Agora, porém, estamos retornando aos poucos, com a quantidade limitada de jogadores e mantendo os protocolos de segurança”, garantiu.

Mike disse, também, que no grupo de um aplicativo de mensagens onde os jogos são marcados, as orientações são repassadas e reforçadas semanalmente. “Nós deixamos claro que a continuidade dos jogos depende do respeito às regras, pois a pandemia não acabou. Nas atividades pedimos que ninguém tire a máscara em nenhum momento (só para beber água e rapidamente), que levem suas próprias garrafinhas de água, que levem álcool e que evitem contato físico”, pontuou.

Por fim, Mike lembrou que o retorno da Queermada é mais do que uma atividade física ou uma competição, é uma forma de inclusão e apropriação de um movimento que envolve pessoas LGBTQIA+. “A Queermada é muito importante e traz uma força, uma energia incrível para todos, além de ser divertido. Muitas pessoas que começaram a participar dos jogos garantiram que melhoraram em vários aspectos suas vidas, fizeram novas amizades, começaram a praticar mais exercícios físicos, se sentiram mais incluídos em geral”, concluiu o auxiliar administrativo, completando que todo esse processo é levado em consideração, mas sem esquecer a importância do combate a Covid-19. (Especial para O Hoje)

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