Custo de vida nas alturas: “quem é o pai da criança?”
Confira o artigo, desta sexta-feira (17/09), por Leo Moreira
Poderia ser cômico se não fosse tão trágico o momento em que a economia brasileira vem passando em função da tão evidente e já desgastada pandemia da COVID-19 – e difundida por muitos como crise sanitária.
Poxa, alguém ainda tinha dúvidas das inevitáveis consequências, após as inúmeras medidas impostas pelo poder público como soluções eficazes no combater ao vírus da COVID-19??
O Brasil possui uma economia com base capitalista e liberal, onde a lei da oferta e demanda é capaz de fluir naturalmente sem a necessidade de intervenção direta do governo, desta forma, quando esta engrenagem é submetida a uma força que a obriga a limitar suas ações ou até mesmo paralisar por completo, a retomada é traumatizante para todo o sistema que a impulsiona e nutre.
Opa, estou afirmando que o sistema parou? A resposta é “não”, digo que o Brasil possui uma atividade industrial limitada a suprir as demandas internas e esta sim entrou em colapso em razão do controle de circulação das pessoas e mercadorias, porém, graças ao bom Deus, o agronegócio se destacou e mais uma vez, conseguiu manter nossa balança comercial equalizada e obviamente salvando o Brasil de uma resseção com previsões catastróficas.
Estudiosos acreditam que os imbróglios causados pela pandemia já estão controlados e as pessoas economicamente ativas e aptas ao retorno as atividades profissionais, entretanto, a questão agora é “como retomar o comércio em um momento em que o “mundo” todo está demandando por insumos, alimentos e mão de obra qualificada.
A pecuária e agricultura brasileira, estão sorrindo de “orelha a orelha”, afinal, a demanda por comida está em níveis nunca antes vistos, e com o dólar num patamar que faz o mercado interno sofrer por falta de competitividade. Afinal, no livre comércio, o produtor entrega seu produto para quem paga mais.
A indústria brasileira até tenta, mas, muitos insumos e peças são importadas e com a nossa moeda desvalorizada, resta ser otimista e dar um passo de cada vez, para o mercado interno atender a demanda sem reflexos negativos a inflação.
Alguns membros de partidos de esquerda clamam por uma iniciativa populista do governo, em dimensionar a produção interna para consumo interno.
Sabemos que este tipo de protecionismo é inaceitável, em face aos tratados econômicos e compromissos firmados com mercados do mundo inteiro.
Não posso deixar de citar a bola da vez, o combustível, um assunto delicado e que ficou em evidência graças ao altíssimo valor que vem sendo repassado ao consumidor final.
Esta pauta que merece um pouco de conhecimento sobre precificação de um produto, que é produzido em solo brasileiro, porém com políticas de cotações internacionais pré-definidas (Variação do valor do barril de petróleo em dólar) e temos daque lembrar que não há interferência do governo federal central nestas regras. Por exemplo, a gasolina sai da refinaria da Petrobrás, no valor de pouco mais de R$ 2,00 (Dois reais) o combustível vai para as distribuidoras e submetido a um processo marcação (Ganha uma marca e agrega valor comercial) e obviamente novas margens para rentabilidade e mais incidência de tributos. Aqui ninguém é santo e cabe lembrar que o ICMS que incide na bomba dos postos de combustíveis são inexplicáveis para o trabalhador, que precisa locomover-se para suprir suas necessidades básicas.
Então vamos pensar um pouco e refletir quem é o pai da criança?
Na minha opinião o “sistema”.
O mesmo “sistema” que, há décadas vem prometendo priorizar o povo que trabalha praticamente 05 (cinco) meses por ano para pagar somente a CARGA TRIBUTÁRIA VIGENTE.
Mesmo assim, o trabalhador vê seus direitos básicos submetidos a uma procissão burocrática e dispendiosa, ou seja, vá à luta e se sobrar algo não esqueça que tem o Imposto de Renda.
A conta chegou e temos que ser confiantes e mais uma vez, sobressair as adversidades que os “vieses sociais e políticos” ainda insistem em nos fazer debater quem tem a razão.
“Fiquem em casa, a economia a gente vê depois”.