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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
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Ecoturismo

Entenda por que o Cerrado goiano é referência internacional para turismo de aventura

Com 70% do território goiano coberto por este bioma, nossa região é referência no ecoturismo para conhecer as riquezas do Cerrado

Postado em 26 de setembro de 2021 por Augusto Sobrinho
Entenda por que o Cerrado goiano é referência internacional para turismo de aventura
Com 70% do território goiano coberto por este bioma

Os recursos naturais do Cerrado goiano nos colocam no centro do cenário turístico quanto a este bioma. A secretária executiva da Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer da Prefeitura de Goiânia (AGETUL) e diretora de turismo da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Goiás (ACIEG), Vanessa Pires Morales, destaca que, com 70% do território goiano coberto por este bioma, nossa região é referência no ecoturismo para conhecer as riquezas deste bioma.

“O mundo está descobrindo Goiás atraído pela natureza exuberante e peculiar do Cerrado, pela hospitalidade, gastronomia, cultura e história. Nós esbarramos sempre com estrangeiros em Alto Paraíso que, em muitos casos, se apaixonam e decidem morar e ter um negócio ali. Pirenópolis é um destino de charme e místico. Terra Ronca, em São Domingos, é um dos maiores complexos de cavernas e grutas de toda a América Latina. [Temos] Rio Quente e suas águas termais, Rio Araguaia [que] é um ótimo destino de pesca esportiva, Trindade, que é nossa capital da fé, dentre tantos outros destinos turísticos. Portanto, um turista estrangeiro vivencia somente no Estado de Goiás uma bela natureza, uma deliciosa gastronomia, uma cultura multifacetada e uma história memorável”, enumera.

No coração do Brasil, Goiás está em uma posição geográfica privilegiada para o setor do turismo. Segundo Vanessa, os 246 municípios goianos se destacam no âmbito regional, nacional e internacional devido às características singulares e atrativas que possuem. Ela descreve que o Cerrado “ostenta” beleza com árvores e arbustos tortuosos, cascas grossas e raízes profundas. “Uma das características mais peculiares do bioma é a flora, considerada a mais rica savana do mundo por abrigar pelo menos 11,6 mil espécies de plantas já catalogadas”, afirma.

O segundo maior bioma brasileiros se difere dos demais por causa das características do solo, relevo e hidrografia. A falta de homogeneidade, que se apresenta em  distintas formas e composições rochosas, impulsiona o turismo de natureza e aventura. “São percebidas áreas com formação de cristalinos sedimentares antigos e planaltos moldados pelos processos erosivos intercalados com áreas de chapadas”, descreve a secretária.

De acordo com Morales, a hidrografia goiana se destaca pelo Rio Araguaia, que atrai muitos turistas ao longo do ano com vocações para o turismo de lazer, náutico, de pesca e de apreciação de animais. Um atrativo que também se dá pelos lagos e pelas cachoeiras que possuímos espalhados por todo território goiano, como o Lago Corumbá e as cachoeiras de Pirenópolis, pelos aquíferos (águas subterrâneas) e águas termais, um recurso natural localizado na região de Caldas Novas, Rio Quente, Chapada dos Veadeiros e Lagoa Santa, que além das propriedades terapêuticas, são uma excelente opção para o turismo.

Em meio a tanta beleza natural emerge um assunto tão importante quanto a preservação e o ecoturismo. O Estado abriga dois dos principais parques nacionais brasileiros, a Chapada dos Veadeiros e o Parque Nacional das Emas, o segundo mais importante sítio arqueológico do país, em Serranópolis, que é um dos conjuntos rupestres com maior diversidade de flora brasileira, além das belíssimas formações rochosas dos parques estaduais da Serra Dourada e da Serra de Caldas.

Por isso, os recursos naturais do nosso Cerrado devem ser explorados pelo turismo de forma consciente. “A atividade ecoturística consiste em uma maneira de conhecimento e envolvimento ambiental e social, pois favorece a relação homem e natureza em um mesmo espaço. Nesse caso, a tendência do turista é explorar e conservar os recursos naturais, respeitando o meio ambiente e as comunidades locais através da interação educacional. Dessa forma, essa atividade acontece em áreas protegidas, onde os recursos podem ser diversos, como as vegetações e os animais. Por isso o equilíbrio entre a manutenção do lugar e a sua exploração são fundamentais”, explica Vanessa.

Este segmento do turismo ambiental é realizado de forma sustentável e consciente, pois inclui a participação de pessoas interessadas no contato com a natureza, despertando a atenção e a valorização dos locais visitados. Uma valorização que impacta diretamente na economia e cultura locais. “O turismo está permeado por uma série de ideias e conceitos ligados ao tema viagens. Pode remeter ao turista a ideia de férias, ao empreendedor a ideia de lucro, aos trabalhadores a ideia de geração de emprego e renda e à comunidade a ideia de desenvolvimento local”, salienta a secretária.

Pensando nisso, as gestões locais, regionais e nacionais devem estimular ações para desenvolvimento econômico, social e sustentável. Pois, segundo a secretária, o turismo, além de ser uma indústria “sem chaminés” e que é pouco poluidor, é um elemento importante na vida social e econômica em uma comunidade regional. Ele também reflete as verdadeiras aspirações das pessoas no sentido de desfrutar de novos lugares, assimilar culturas diferentes, descansar e beneficiar-se com atividades de lazer.

A vivência e as memórias construídas pelos turistas em viagens pelo Cerrado contribuem para a identidade goiana. Pois, segundo Vanessa, o turismo nos permite reconhecer que os costumes, as manifestações culturais e gastronômicas e em atividades desenvolvidas são parte intrínseca da identidade regional e das memórias coletivas. O que, por sua vez, permite estabelecer a ideia de alicerçar o sentimento de pertencimento das pessoas com a história de sua região e reafirmar a importância de preservação e difusão de seus patrimônios. 

“O turismo contribui para a manutenção de nossa identidade goiana através dos museus (preserva histórias), da gastronomia típica (memorável), da cultura enraizada e da natureza preservada. Com ações de preservação, as memórias e a identidade local não se perdem e podem continuar a contar a história da localidade. Isto influencia no sentimento de pertencimento e reconhecimento dos residentes locais. Dessa maneira, o turismo é um facilitador do desenvolvimento e um sensível zelador da cultura regional”, defende.

Por fim, a atividade tem o potencial de consolidar a compreensão da identidade como a relação entre indivíduo e o meio em que ele está inserido. Pois o meio ambiente, que, no nosso caso, é o Cerrado, os nossos conhecimentos artísticos e gastronômicos, as relações humanas construídas através da história do nosso povo e as manifestações culturais mantêm viva a identidade goiana.

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