Henrique Meirelles deve desembarcar em Goiânia na próxima sexta
Secretário da Fazenda e Planejamento de São Paulo é pré-candidato a senador por Goiás
O secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo e pré-candidato a senador por Goiás, Henrique Meirelles, pode desembarcar em Goiânia já na próxima sexta-feira, (08). A intenção por trás da visita é estabelecer costuras políticas e dar mais robustez a seu projeto para o ano que vem.
Pensando em angariar forças, Meirelles tende a se reunir, primeiramente, com os prefeitos eleitos pelo PSD. Conforme adiantado por lideranças ligadas à sigla e que participam diretamente do processo de construção da agenda pessedista, neste momento, não há previsão de que o secretário percorrerá cidades do interior do estado.
A ideia é que Meirelles receba os prefeitos na própria capital. Todos deverão ser convidados ainda essa semana. “Estamos fazendo vários contatos. Não se trata de uma mera reunião com prefeitos, isso já foi feito. Queremos, na verdade, que essas lideranças tenham conversas individuais para que a troca de experiências aconteça da melhor maneira possível”, disse o deputado federal Francisco Jr (PSD).
Questionado sobre os assuntos que deverão ser abordados durante o encontro individual com cada um dos gestores, o parlamentar revelou que deverá ser explorada a expertise de Meirelles no que diz respeito ao desenvolvimento econômico das diferentes regiões do estado. “Ele tem uma experiência provada e comprovada no assunto, então estaremos atentos às demandas de cada uma das regiões, até para que possamos preparar uma campanha condizente com a realidade goiana”.
A afirmação do parlamentar foi endossada pelo presidente do partido em Goiás, Vilmar Rocha. “É natural que ele se debruce sobre as questões econômicas. Temos uma inflação voltando com força, um alto número de desempregados em todo o Brasil, o preço das coisas disparando diariamente, ou seja, temos uma economia desregulada. Dada a habilidade que o Meirelles tem sobre tudo isso, é natural que ao menos nesse primeiro momento o foco seja realmente esse”, afirmou.
Apesar da afirmação do deputado Francisco Jr, Vilmar, por sua vez, disse ainda não ter sido notificado se Meirelles realmente virá já na próxima sexta, contudo, afirmou que “há, de fato, um compromisso de que ele esteja aqui nos próximos 15 dias”.
“Acertamos essa vinda e acordamos que a partir de outubro ele marcaria presença [em Goiás]. Agora, com as regras para o ano que vem definidas, queremos que ele faça contatos para a consolidação de sua candidatura no ano que vem. Atualmente ele vem marcando presença na internet, mas queremos algo físico também, vamos conversar com deputados, prefeitos, partidos e até com a própria imprensa em todas essas vindas”, disparou Vilmar Rocha.
Chapa Caiado
Ambas as lideranças foram questionadas sobre as articulações que poderão levar o pré-candidato ao senado a compor a chapa encabeçada pelo governador Ronaldo Caiado (DEM) em seu projeto de reeleição. Francisco Jr assegurou que, desta vez, Meirelles não deve sentar com o governador para discutir esse ou qualquer outro assunto.
“Na última vez que ele [Henrique Meirelles] esteve aqui, ele participou de uma reunião com o governador onde puderam conversar bastante sobre esse e outros assuntos. Neste momento, não há uma previsão de que isso aconteça. Temos, claro, uma simpatia natural pela candidatura do governador, mas estamos dependendo do que será estabelecido em relação a essa decisão, que só será tomada pelo governador no ano que vem”, argumentou o federal.
Vilmar Rocha, por sua vez, foi além: “Até agora a única candidatura que conhecemos é a de Caiado. A gente não sabe quem são os outros candidatos ao governo, então não há como traçar uma definição sobre alianças. Temos que avaliar também o que é melhor para o nosso projeto de eleger não apenas Meirelles ao senado mas outros dois ou três deputados federais e quatro ou seis estaduais”.
Questionado acerca do nome do ex-emedebista, Gustavo Mendanha, como um provável candidato de oposição ao governador e se o partido não teria o procurado para um diálogo semelhante ao que foi estabelecido com Caiado, o dirigente foi incisivo: “Não conversei com Mendanha e não vejo motivo no momento para falar com ele. Num momento mais adequado, quem sabe”.
Visão técnica
Meirelles já tem buscado se projetar politicamente ao participar mais ativamente de debates sobre assuntos diretamente ligados ao interesse dos brasileiros. Recentemente, Meirelles chegou a se pronunciar sobre a alta dos combustíveis, por exemplo. Na ocasião, criticou uma proposta defendida pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), vista como uma possível solução para o alto preço dos combustíveis.
Após Lira sair em defesa de uma mudança referente a cobrança do ICMS, tendo como base um valor fixo por litro, Meirelles disparou que a medida não resolveria a situação. Conforme mostrado pelo Valor Econômico, o economista disse que o principal e real problema seria a margem de lucro da Petrobras.
“A empresa está com uma margem de lucro extraordinária. Para atender a uma série de interesses, de empresas, de indivíduos e do governo federal, temos uma tentativa de punir os Estados. Se queremos controlar o preço da gasolina, ou óleo diesel, é muito simples. É preciso diminuir a margem de lucro da Petrobras e dos acionistas. É uma tentativa de desviar o assunto”, disse ao comentar a proposta defendida por Lira.