Solto, ginecologista de Anápolis pode voltar a exercer a profissão
Nicodemos Júnior é investigado por violência sexual, importunação e estupro de vulnerável
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) vai recorrer à decisão judicial que concedeu liberdade provisória ao ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau, investigado por crimes de violência sexual, importunação sexual e estupro de vulnerável. A prisão dele foi revogada na última segunda-feira (4). Por meio de nota, o Ministério informa que a decisão foi equivocada, pois ignora relatos de 50 vítimas. Médico poderá voltar a atuar em locais diferentes dos quais teria exercido a profissão.
De acordo com a promotora Camila Fernandes, a prisão do acusado se torna necessária “para garantir a ordem pública, para conveniência da instrução criminal e para assegurar a aplicação da lei penal”.
Conforme a Polícia Civil do Estado (PC-GO), a primeira denúncia foi feita por uma paciente em 15 de setembro de 2021, em Anápolis. Além disso, outras duas mulheres também procuraram a corporação.
Segundo a delegada Isabella Joy, que atua no caso, os depoimentos das mulheres indicavam crime de violação sexual mediante fraude, porque o médico estaria usando a profissão como pretexto para realizar atos libidinosos nas pacientes.
Nicodemos Júnior já foi condenado em 1ª instância no Distrito Federal em 2020 por violação sexual mediante fraude e recorreu da decisão. O caso está em segredo de Justiça, de acordo com a PC. Isabella encontrou ainda uma denúncia contra o médico, pelo mesmo crime, registrada na Polícia Civil do Paraná, mas que havia sido arquivada.
Prisão
Com as evidências, a polícia conseguiu mandados de busca e apreensão contra o acusado, cumpridos no último dia 29. Imagens gravadas pela Polícia Civil mostram quando os policiais chegam ao consultório do médico para prendê-lo. O ginecologista está sentado à mesa quando é abordado.
Ao tomar conhecimento sobre o caso, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou que irá apurar o caso e a conduta do médico no exercício profissional.
Defesa
A defesa, o advogado Carlos Eduardo Gonçalves Martins, disse que ele não cometeu os abusos, em nota. Segundo o advogado, o profissional “em nenhum momento realizou qualquer tipo de procedimento médico com cunho sexual”. No último dia 2 de outubro de 2021, o defensor informou que havia pedido a revogação da prisão preventiva do cliente e que, até então, não havia sido analisado pela Justiça.
“Importante frisar que dezenas de pacientes do Dr. Nicodemos ligaram para familiares do médico assustadas com o acontecimento e se prontificando em prestar depoimentos em favor do profissional. Em outras palavras a defesa não visualizou nenhuma irregularidade nos atendimentos do Dr. Nicodemos”, diz a nota. (Especial para O Hoje)