Batizado em homenagem a estudante brasileiro, maior cometa já descoberto viaja em direção à Terra
Apelidado de Bernardinelli-Bernstein, corpo celeste tem 150 km de diâmetro, mas não há risco de colisão com nosso planeta
Um dos maiores cometas já descobertos, cerca de mil vezes mais maciço do que outros, está viajando em direção à Terra, e deve se aproximar mais nos próximos dez anos. O corpo celeste foi detectado pela primeira vez em 2014, mas só agora, sete anos depois, os cientistas conseguiram identificá-lo.
Batizado de Bernardinelli-Bernstein, o nome presta homenagem aos cientistas que o descobriram, entre eles um brasileiro, Pedro Bernardinelli, o cometa é assim chamado porque foi encontrado pelo estudante de graduação do Departamento de Física e Astronomia da Universidade da Pensilvânia.
À CNN, Bernardinelli afirmou que não há motivo para pânico, porque o cometa deve chegar no ponto mais próximo à Terra só daqui a 10 anos, e não vai colidir com o nosso planeta. Ainda segundo o especialista, o cometa terá sua maior aproximação ao Sol em janeiro de 2031, mas provavelmente será necessário um grande telescópio amador para vê-lo.
Com sua aproximação, os especialistas poderão saber mais sobre a formação do sistema solar. Segundo Gary Bernstein, astrônomo também envolvido na descoberta, o cometa não visitava o sistema solar há mais de 3 milhões de anos.
— Temos o privilégio de ter descoberto talvez o maior cometa já visto, ou pelo menos maior do que qualquer um bem estudado, e o flagramos cedo o suficiente para que as pessoas o vissem evoluir à medida que se aproxima e aquece — disse à BBC.
O Bernardinelli-Bernstein tem cerca de 150 km de diâmetro, distância entre Rio de Janeiro e Cabo Frio, e chegou a ser confundido com um pequeno planeta conhecido como planeta anão. Normalmente, os cometas observados por astrônomos têm de três a cinco quilômetros de diâmetro, sendo aproximadamente 31 vezes menores do que o corpo celeste recém descoberto.