Após explosão em mesquita, ao menos 100 pessoas foram mortas e feridas no Afeganistão
Informações apontam que número de óbitos está entre 70 e 80 e Talibã informou que ataque foi causado por um homem-bomba
Conforme relatos da Missão da ONU no Afeganistão, uma explosão em uma mesquita xiita na cidade de Kunduz deixou ao menos 100 mortos e feridos. Ainda não há números oficiais sobre as vítimas do atentado, entretanto a média da agência de notícias Efe registra pelo menos 80 mortos. Segundo o Talibã, o ataque foi causado por um homem-bomba.
A ação ocorreu por volta do meio-dia, horário local, em um dia que é considerado sagrado pelos mulçumanos. De acordo com Ab Qadir Sedigi, repórter da agência Reuters no Afeganistão, o total de óbitos está entre 70 e 80. Os feridos foram levados e estão sendo atendidos no Hospital Central de Kunduz e nas instalações da Organização Não Governamental (ONG) Médicos Sem Fronteiras (MSF).
Apesar de não ter sido reivindicado por nenhum grupo, a ação tem formato de ataque terrorista do Estado Islâmico, formado por islâmicos sunitas, e tem um braço muito ativo no território afegão, o El de Khorasan, conhecido como Isis-K ou El-K. Há cinco dias, a responsabilidade foi assumida pelo grupo por um ataque a uma mesquita de Cabul, deixando cinco mortos. Apesar de ambos serem sunitas, El-K e Talibã são inimigos.
A ONU afirmou por meio de redes sociais que o ataque desta sexta-feira (08/10) é parte de um padrão perturbador de violência e que aparentemente visa uma instituição religiosa. “É o terceiro ataque mortal esta semana, aparentemente visando uma instituição religiosa. O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo incidente de domingo, próximo a uma mesquita de Cabul. Ainda não se sabe o autor do ataque de quarta-feira a uma madrassa em Khost”.
Os talibãs retomaram o poder do Afeganistão em agosto deste ano. Desde então, o El-K vem realizando ações pontuais para enfrentar os rivais. Apesar da mesma vertente islâmica, cada um se considera mais importante e detentor dos saberes. Os talibãs visam criar um “emirado islâmico” no Afeganistão, enquanto os membros do El-K querem fazer uma dominação ampla, expandindo pelo mundo. O El considera ainda os muçulmanos xiitas como hereges e acreditam que eles devem ser eliminados. Segundo Zabihullah Mujahid, porta-voz do Talibã, ‘forças especiais’ foram enviadas ao local para investigar o caso.