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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Média

Gravidez na adolescência tem queda de 51,3% em Goiás

Em 2019, Goiás registrou a gravidez de 11.444 adolescentes

Postado em 12 de outubro de 2021 por Maiara Dal Bosco
Gravidez na adolescência tem queda de 51
Em 2019

Dados divulgados de um estudo inédito apontam queda na gravidez entre adolescentes nos últimos 20 anos no Brasil. Em Goiás, o resultado da pesquisa, realizada pela ginecologista Dra. Denise Leite Maia Monteiro, secretária da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Infanto Puberal da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), apontou que a queda foi de 51,3% no respectivo índice, acima do registrado na média nacional. 

A pesquisa revelou que, entre os estados brasileiros, a redução média foi de 40,7% no número de nascidos vivos de mães adolescentes. Cada estado, no entanto, apresentou uma realidade distinta, variando de – 17,4% no Maranhão, a -56,1% no Distrito Federal. “A proporção de nascidos vivos de mães adolescentes do Sudeste e Sul são as menores do País, o que demonstra tendência inversamente proporcional ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)”, afirmou a médica ginecologista. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), as regiões Sudeste e Sul apresentam os maiores IDH do País (0,80), seguidas do Centro-Oeste (0,79), Norte (0,73) e Nordeste (0,71).

Cenário

Para chegar aos resultados, a pesquisa considerou o número de nascidos vivos (NV) de mães de 10 a 19 anos de idade, entre os anos 2000 e 2019. No primeiro ano observado, mães adolescentes foram responsáveis por 23,4% do total de nascidos vivos. Já no último ano do levantamento, o índice caiu para 14,7%, revelando uma queda de 37,2%. A especialista aponta que apesar da importante evolução, o cenário da gestação adolescente continua preocupante no País. Dados do DataSUS/Sinasc apontam que a cada dia ocorram cerca de 1.150 nascimentos de filhos de adolescentes.

Em Goiás, dados da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) apontam que, somente em 2019, 11.444 adolescentes ficaram grávidas. O percentual de nascidos vivos por mães adolescentes no Estado em 2019 foi de 13,36%. Os dados da SES-GO também apontam que os indicadores de gravidez na adolescência em Goiás vêm mostrando queda, mas as diferenças regionais são bem evidentes, o que demonstra a necessidade do trabalho de prevenção. Para se ter uma ideia, em 2015, Goiás registrou 17.781 mães adolescentes no Estado, 6.337 a mais do que o registrado em 2019.

Evasão escolar

Outro ponto destacado pela pesquisadora foi que a gravidez na adolescência está associada à evasão escolar, maior perpetuação da pobreza gerando impactos pessoais e sociais. De acordo com a médica, na esfera da saúde, “a gravidez precoce acarreta inúmeras consequências para a adolescente e o recém-nascido. As complicações gestacionais e no parto representam a principal causa de morte entre meninas de 15 a 19 anos mundialmente, pois existe maior risco de eclâmpsia, endometrite puerperal, infecções sistêmicas e prematuridade, segundo a Organização Mundial da Saúde. Ainda há consequências sociais e econômicas como rejeição ou violência e interrupção dos estudos, comprometendo o futuro dessas jovens”, explica Denise.

Prevenção

Com o objetivo de disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na adolescência, foi instituída, pela Lei nº 13.798/2019, a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência. Os adolescentes – indivíduos com idades entre 10 e 20 anos incompletos – representam entre 20% e 30% da população mundial; estima-se que no Brasil essa proporção alcance 23%. Dentre os problemas de saúde nessa faixa etária, a gravidez se sobressai em quase todos os países e, em especial, nos países em desenvolvimento.

Segundo o Ministério da Saúde, a taxa de gestação na adolescência no Brasil é alta, com 400 mil casos/ano. Quanto à faixa etária, os dados revelam que em 2014 nasceram 28.244 filhos de meninas entre 10 e 14 anos e 534.364 crianças de mães com idade entre 15 e 19 anos. Esses dados são significativos e requerem medidas urgentes.  (Especial para O Hoje)

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