No Dia da Música Popular Brasileira grandes nomes da música nacional recebem homenagens
O Dia da Música Popular Brasileira se deu em homenagem ao nascimento da compositora e maestrina Chiquinha Gonzaga
Comemorado neste último domingo (17), o Dia da Música Popular Brasileira se deu em homenagem ao nascimento da compositora e maestrina Chiquinha Gonzaga, no ano de 1847. A data faz referência ao gênero que por muito tempo dominou o gosto popular e reflete uma época, uma sociedade e um estilo de vida. Reconhecida como gênero musical em meados dos anos 1960, pode-se dizer que a MPB antecede em muito a formação de uma indústria musical estruturada no País.
Chiquinha Gonzaga, inspiração para o Dia da Música Popular Brasileira, era pianista, maxixeira e compositora carioca, uma das precursoras da nossa música. Ela destaca-se na história da cultura brasileira e da luta pelas liberdades no País pelo seu pioneirismo. A coragem com que enfrentou a opressora sociedade patriarcal e criou uma profissão inédita para a mulher, causou escândalo em seu tempo. Atuando no rico ambiente musical do Rio de Janeiro, Chiquinha não hesitou em incorporar ao seu piano toda a diversidade que encontrou, sem preconceitos.
Falar de música brasileira é falar de diversidade e pluralidade, isso faz com que esta data seja marcada por grande relevância. E para comemorar a brasilidade que compõe o DNA nacional, o Itaú Cultural convidou alguns cantores para homenagear alguns nomes que os inspiram. Alessandra Leão, Bárbara Eugênia, Bruna Caram, Salma Jô, Tim Bernardes e Tuyo compartilham suas histórias com outros grandes nomes da MPB e o porquê eles se reconhecem nas obras produzidas por esses artistas.
Alessandra Leão conta que conheceu sua homenageada, Isaar, em 1996. “Convivemos diariamente, tocamos, gravamos, viajamos um tanto, nos afastamos e seguimos juntas”, conta. Bárbara Eugênia escolheu Filipe Catto e revela que o viu florescer. “Somos amigas faz tempo, provavelmente milênios, e reencontrar esse ser aqui nesta existência e compartilhar da música é uma bênção. Estamos neste momento trabalhando numa parceria que logo mais chegará ao mundo”, adianta.
Bruna Caram diz que escolheu Gonzaguinha porque sua música foi sua maior companheira de quarentena. “Ao preparar uma live cantando seu repertório, descobri que era tudo que precisava ouvir e cantar”, relembra. Salma Jô do grupo Carne Doce, homenageia o icônico Chico Buarque. “Minha história com o Chico Buarque é, como se pode imaginar, só minha, porque eu nunca o encontrei nem ele nunca deve ter ouvido uma música nossa. Por influência da minha mãe, ele foi o compositor mais importante da minha infância e adolescência”.
Tim Bernardes diz que poderia escolher muitos nomes da MPB que ama e que o influenciaram, alguns com quem teve a honra de estar junto, mas pensou em falar sobre quem te apresentou muitos desses nomes: seu pai, Maurício Pereira. “Em 2014 fomos tocar no nosso primeiro festival em São Paulo. Encontramos nossa ídola do momento, Marcela, a Mahmundi. Foi incrível perceber a Mahmundi rompendo com tudo que a gente conhecia desde criança sobre o cantar e sobre fazer música”, conta Tuyo.
As mais gravadas
De acordo com o um levantamento sobre as músicas brasileiras mais gravadas até agora feito pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), foi constatado que houve uma mudança na liderança desse ranking. ‘Aquarela do Brasil’, de autoria de Ary Barroso, voltou ao topo, com 414 gravações. ‘Garota de Ipanema’, de Vinicius de Moraes e Tom Jobim, agora ocupa a segunda posição com 413 gravações e está à frente de ‘Carinhoso’, de Pixinguinha e Braguinha, que era a primeira colocada em abril deste ano e, no momento, é a terceira, com 411 gravações.
Atualmente, entre as cinco primeiras colocadas, também estão ‘Asa branca’, de Humberto Teixeira e Gonzagão (357 gravações), e ‘Manhã de carnaval’, de Luiz Bonfá e Antônio Maria (292 gravações). Nesse ranking, Tom Jobim se destaca por fazer parte da autoria de sete entre as 15 primeiras músicas do ranking. As alternâncias nesse ranking ocorrem a partir do cadastro de novas gravações de músicas nas associações (Abramus, Amar, Assim, Sbacem, Sicam, Socinpro e UBC), que formam a gestão coletiva no Brasil e administram o Ecad. (Lanna Oliveira é estagiária do jornal O Hoje)