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sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Operação Desolata

Goiás é alvo de operação da PF sobre comércio ilegal de ouro no sul do Pará

Os policiais fizeram mandados de busca e apreensão e mandados de prisão, foi constatado que todos os anos saíam cerca de uma tonelada de ouro extraído

Postado em 27 de outubro de 2021 por Alexandre Paes
Goiás é alvo de operação da PF sobre comércio ilegal de ouro no sul do Pará
Os policiais fizeram mandados de busca e apreensão e mandados de prisão

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (27/10) a Operação Terra Desolata, que acabou com uma organização criminosa especializada em extração e comércio ilegal de ouro, no sul do Pará, especialmente, na Terra Indígena KAYAPÓ. Em goiás, os policiais fizeram mandados de busca e apreensão e mandados de prisão.

Cerca de 200 policiais federais estão cumprindo 62 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão preventiva. As medidas estão sendo cumpridas em 10 unidades federativas, dentre elas os estados do Pará, Amazonas, Goiás, Roraima, São Paulo, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Distrito Federal.

A Justiça Federal determinou ainda o bloqueio e indisponibilidade de valores em aproximadamente meio bilhão de reais, nas contas dos investigados, via sistema BACENJUD; o sequestro com bloqueio de 5 aeronaves; suspensão da atividade econômica de 12 empresas; sequestro com bloqueio de bens imóveis de 47 pessoas físicas e jurídicas; sequestro com bloqueio de outros 14 bens móveis.

Durante a investigação, foi constatado que todos os anos saíam nas terras indígenas uma tonelada de ouro extraído. A área de retira do minério era de um garimpo ativo em áreas particulares, e que os locais tem suspeita ainda de trabalhadores em condições à escravidão.

As investigações tiveram início em 2020 e apontam que a organização criminosa atua em três níveis diversos. O primeiro nível refere-se aos garimpeiros comuns que extraem o ouro, sem Permissão de Lavra Garimpeira-PLG, e vendem o ouro para os intermediários, os quais estão no segundo nível. Estes, por sua vez, revendem o ouro para grandes empresas, que estão no terceiro nível, para no fim injetá-lo no mercado nacional, ou então destiná-lo para exportação.

Caso confirmadas as hipóteses criminais, os investigados responderão, na medida de suas responsabilidades, pelo crime de usurpação de bens da união, por explorar matéria-prima pertencentes ao referido ente; por executar pesquisa, extração de recursos minerais sem a competente autorização; por integrarem organização criminosa; e pelo crime de lavagem de dinheiro.

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