Bolsonaro no Republicanos pode frustrar sinalizações de Rogério Cruz
Em um passado não muito distante, prefeito sinalizou que Caiado representa o melhor nome para Goiás em 2022
O presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) está cada vez mais próximo de dar um novo passo estratégico mirando as eleições do ano que vem. Mesmo com prazo dilatado, haja vista que o chefe do Executivo tem até março para escolher e se filiar a um novo partido político, as conversações já se encontram mais do que avançadas.
A princípio, as principais apostas davam conta de que o destino de Bolsonaro se restringia a duas siglas: o PP e o PL. No entanto, conversas recentes terminaram por incluir um novo partido no rol dos flertados: o Republicanos.
O próprio presidente já considerou, em entrevista recente, ter que escolher uma entre “três namoradas”. “Estou na iminência de decidir. Tem três partidos me namorando. Por enquanto, sou bonito. Não sei amanhã. Mas tenho que negociar para os outros dois não darem pancada em mim”, afirmou durante passagem pelo Paraná.
O Republicanos é visto com bons olhos pela elevada disciplina e organização de seus componentes — ao contrário de outros que figuram pautados pelos grandes caciques — além, é claro, de contar com um alinhamento ideológico interessante ao presidente, haja vista que boa parte de sua composição é formada por integrantes do segmento evangélico.
Acontece que
Em paralelo à escolha da nova morada, Bolsonaro dá sinais de que quer ter um candidato próprio ao governo de Goiás no ano que vem. O senador Vanderlan Cardoso (PSD) já foi sondado, mas descarta. Na outra raia está o deputado federal Vitor Hugo (PSL). O parlamentar é fiel escudeiro de Bolsonaro e não hesita em mergulhar na disputa caso a missão seja designada por seu líder.
Se o presidente for, de fato, para o Republicanos e caso ele tenha seu próprio candidato no estado, a situação, no entanto, ficará difícil para o prefeito de Goiânia. Isso porque, a hierarquia no partido é tida como “coisa séria”, sendo assim, o que vem de cima é quase que incontestável. Segundo, pelas próprias sinalizações recentes do prefeito no sentido de que o nome de Caiado representa o melhor para Goiás no ano que vem.
Em uma declaração recente, o prefeito da capital disse não ter dúvidas que “o melhor nome para o governo em 2022 é o de Ronaldo Caiado”. O líder do Republicanos ainda acrescentou que o relacionamento da prefeitura com o governo do Estado é “excelente”.
“Caiado demonstra profundo apreço por Goiânia e é interessado que se resolva os problemas da cidade. Jamais ficaria distante de quem tem compromisso com os goianienses (…) Há uns 20 anos Prefeitura e Governo de Goiás não tinham uma relação com tanta afinidade. Quem ganha com isso é a sociedade”, disse o prefeito da Capital.
Abertos ao diálogo
Outro ponto digno de destaque diz respeito ao embarque do MDB ao projeto de reeleição do governador no ano que vem. A chegada dos emedebistas era encarada como um tabu mediante ao suposto estreitamento de Caiado, também, com os republicanos.
A desconfiança em relação ao comportamento amistoso com ambos os lados se justifica pelo fato de que em um passado não muito distante, emedebistas e republicanos enfrentaram sérias divergências. Logo após o falecimento de Maguito Vilela (MDB) em decorrência da Covid-19, seu vice, e atual prefeito, Rogério Cruz, assumiu o comando da cidade. Insatisfeitos com as decisões “unilaterais” do prefeito, o MDB resolveu desembarcar por completo da prefeitura mesmo tendo vencido a eleição encabeçada por um membro do partido.
O racha foi precedido de muitos desentendimentos que, por sua vez, geraram inimizades e culminaram em duras críticas e ataques entres aqueles que há pouco caminhavam de mãos dadas pelas ruas de Goiânia à procura de votos.
Porém, ao que tudo indicia, isso não representa um problema para 2022. O próprio presidente estadual da sigla, Daniel Vilela (MDB), escolhido por Caiado como candidato à vice-governadoria do Estado em sua chapa no ano que vem, já salientou isso. Em prol de um benefício maior para os goianos, Vilela se mostrou aberto ao diálogo, dando sinal verde para uma eventual aproximação entre os ‘rivais’ e a gestão democrata.