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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Mercado

Com a alta da tarifa elétrica, demanda por instalação de painéis solares cresce 40%

Para especialista, aumentos expressivos na conta de energia elétrica têm contribuído para o crescimento da demanda

Postado em 16 de novembro de 2021 por Maiara Dal Bosco
Com a alta da tarifa elétrica
Para especialista

Goiás tem ganhado espaço na geração de energia solar fotovoltaica. No ano passado, o Estado alcançou o sétimo lugar entre as unidades da federação que mais instalaram novas conexões de geração distribuída – produzida no local de consumo. Foram aproximadamente 9 mil, o dobro de 2019, quando se registrou 4,7 mil. Os dados são da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em 2016, Goiás ocupava apenas o 16º lugar no ranking da Aneel. Agora, empresas do setor destacam aumento de mais de 40% na demanda pelo serviço.

O engenheiro eletricista e fundador da New Sol Energia, Emerson de Souza Campos, destaca que a busca pela instalação de placas solares aumentou por conta dos aumentos na conta de energia, que somaram mais de 15%; e da bandeira vermelha que vem sendo cobrada. Segundo ele, os aumentos expressivos fizeram com que, para alguns segmentos do comércio, se tornasse inviável a manutenção da questão de energia sem a adoção das placas solares.

“Na Capital temos muitos projetos que estão sendo executados e muita procura por estabelecimentos como bares, restaurantes que têm distribuição de bebidas ou ainda peixarias. Estabelecimentos que consomem muita energia”, afirma Emerson. Ele cita, ainda, outros segmentos do comércio que têm buscado a alternativa. “É o caso das lavanderias, que consomem muita energia, e dos supermercados, que começam 6h e vão até às 22h. Então um período que gera energia, das 18h às 22h é compensada com sistema solar para poder suprir com o que é consumido à noite”, explica.

Uso doméstico

De acordo com o engenheiro eletricista, o uso doméstico da energia solar também aumentou, entretanto, a alta na taxa dos juros tem atrapalhado os investimentos neste âmbito. “Os investimentos a nível residencial estão se tornando inacessíveis, porque, por exemplo, um financiamento em que a pessoa pagava cerca de R$ 400, com o aumento da taxa de juros a parcela ficaria em torno de R$ 700, R$ 800. Por isso, ainda, muitos consumidores estão preferindo até mesmo pagar à vista”, pontua Emerson.

Além disso, o engenheiro destaca que muitos condomínios residenciais têm procurado o serviço para instalação nas áreas comuns, como saunas, academias, piscinas, já que, como aumentou muito a energia elétrica, a procura por economia tem crescido também.

Na visão do engenheiro, a procura por soluções em energia solar deve aumentar ainda mais em 2022. “Com a redução de mortes por Covid-19 e as pessoas retornando às atividades normalmente, já houve um consumo maior de energia e a tendência é que esse consumo aumente ainda mais no ano que vem, uma vez que, conforme as pessoas vão sendo vacinadas, as atividades retornam e a demanda aumenta”, finaliza Emerson.

Ranking Brasil

O Brasil subiu para 9º no ranking de países que mais instalaram energia solar em 2020. O levantamento, feito pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) a partir de dados do International Energy Agency Photovoltaic Power Systems Programme (IEA PVPS), inclui tanto grandes usinas quanto pequenos sistemas.

Conforme as estatísticas, no ano passado, o Brasil instalou 3.152,9 megawatts (MW) de fonte solar fotovoltaica, incluindo 2.535,3 MW (80%) em sistemas de geração distribuída e 617,6 MW (20%) em sistemas de geração centralizada. Para o presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk, o Brasil tem condições suficientes para assumir ainda mais protagonismo. “O País está em vias de votar o projeto de lei 5.820/2109, que cria o marco legal da geração própria de energia renovável e poderá trazer R$ 139 bilhões em novos investimentos até 2050, além de mais de 1 milhão de novos empregos nos próximos anos”, afirma. (Especial para O Hoje)

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