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quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
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Tecnologia

Especialista diz que transporte público precisa melhorar antes de pensar em mobilidade elétrica

Profissional alerta que antes de ampliar a ideia do uso de veículos elétricos, é necessário garantir a qualidade dos ônibus coletivos

Postado em 18 de novembro de 2021 por Redação
Especialista diz que transporte público precisa melhorar antes de pensar em mobilidade elétrica
Profissional alerta que antes de ampliar a ideia do uso de veículos elétricos

A mobilidade elétrica tem sido discutida amplamente em várias cidades brasileiras, principalmente quando o assunto é mobilidade. O fato é que, os variados tipos de veículo elétricos, como bicicletas, motos, skates, ônibus e carros, são uma realidade e já disputam espaços na paisagem urbana. Em Goiânia, as patinetes elétricas, por exemplo, chegaram, saíram e retornaram mais uma vez. No entanto, se não for resolvida a questão da baixa qualidade do transporte coletivo, de nada valerá discutir as inovações dos meios de transporte com zero de emissões de gases poluentes.

Esse é o pensamento do mestre em Engenharia, César Augusto Nogueira Jahnecke. Integrante do Mova-se Fórum de Mobilidade, ele afirma que o desafio não é a mobilidade elétrica (bicicletas, patinetes, motos e carros compartilhados), mas sim em como melhorar o transporte público de maneira que o usuário demova a ideia de querer comprar uma moto (elétrica) ou um carro (elétrico) em detrimento do transporte coletivo. “Infelizmente não se planeja modais facilitadores e infraestrutura correta para o ônibus. Mesmo elétricos, sofrerão pela falta de vontade de planejamento”, destaca.

César Jahnecke diz que, em linhas gerais, o transporte coletivo em Goiânia padece de melhor planejamento. Segundo ele, os usuários de ônibus sofrem em rotas com elevados, curvas acentuadas, ruas estreitas, corredores ineficazes e pontos sem recuo. Diante dessa realidade, na perspectiva do especialista, há muita a ser feito antes de discutir o uso em massa de veículos elétricos. “A discussão é urgente e não envolve somente players da mobilidade elétrica. Envolve a preparação da cidade, a legislação e vontade política. Definitivamente, o último quesito é o mais difícil”, enfatiza.

Ele argumenta que, antes de tudo, a infraestrutura do sistema elétrico da capital teria que ser revisada e melhorada, pois não suportaria simultaneamente um grande volume de recargas. Além disso, o especialista reitera que se faz necessário o melhoramento na infraestrutura de geração, transmissão e distribuição de energia e das instalações elétricas dos estabelecimentos. “Analisando Goiânia, ela é uma cidade organizada para carros e motos à combustão. Não há planejamento para o transporte coletivo, muito menos para os veículos elétricos”, observa.

“Em países desenvolvidos, ônibus, trens e metrôs e de outros modais integradores são usados por classes sociais mais altas. Aqui não. Se for feita uma enquete, o anseio do trabalhador que usa o coletivo não é que melhore, mas a vontade que ele tem é comprar uma moto ou um carro para vencer o martírio de ter que andar de ônibus. O desafio não é a mobilidade elétrica, mas sim em como melhorar o transporte público”, conclui Jahnecke.

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