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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Interferência

Bolsonaro exigiu que questões do Enem sobre ditadura militar tratassem o tema por “revolução”

Às vésperas do exame, o Governo é acusado de interferir no conteúdo da prova, supostamente cometendo assédio moral contra servidores.

Ícaro Gonçalvespor Ícaro Gonçalves em 19 de novembro de 2021
Bolsonaro exigiu que questões do Enem sobre ditadura militar tratassem o tema por "revolução"
Às vésperas do exame

No intuito de deixar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) com “a cara do governo”, o presidente Jair Bolsonaro exigiu ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, que questões relacionadas ao Golpe Militar de 1964 tratassem o evento como uma revolução. O pediu ocorreu no primeiro semestre desse ano e foi revelado por integrantes do governo.

Às vésperas do exame, o Governo é acusado de interferir no conteúdo da prova, supostamente cometendo assédio moral contra servidores. Ribeiro chegou a comentar a fala com equipes do MEC (Ministério da Educação) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), mas não levou o pedido adiante de modo prático, uma vez que os itens passam por longo processo de elaboração.

Bolsonaro é conhecido por ser defensor da ditadura militar que governou o Brasil entre 1964 e 1985. Costuma elogiar torturadores e tem histórico de criticar o Enem por uma suposta abordagem de esquerda.

Desde 2019, primeiro ano do atual governo, nenhuma questão sobre o a ditadura caiu no Enem —de modo inédito desde que o exame é aplicado. Questionados, MEC, Inep e Palácio do Planalto não responderam.

Por causa da pressão por uma prova com a “cara do governo”, servidores envolvidos com o Enem classificam o clima atual como desesperador: há temor com relação a possíveis perseguições e punições caso o exame desagrade Bolsonaro.

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