A importância da feira livre e seus impactos na economia
As atividades ligadas à agropecuária estão presentes nos 246 municípios goianos.
A feira livre representa um dos métodos mais antigos de comercialização de produtos agrícolas e, tem por intuito o oferecimento de mercadorias de boa qualidade e com preços mais baixos do que o comumente aplicado em supermercados. Atualmente, Goiânia conta 122 feiras livres cadastradas pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e Tecnologia (SEDETEC) das quais seis ainda estão em processo de regularização. As feiras livres são assim denominadas pela comercialização de verduras, carnes, frutas, leite, comidas, utensílios domésticos, artesanatos, além de roupas e acessórios. A maior e mais antiga feira da cidade é a Feira Hippie que acontece aos domingos durante toda manhã. Com 6.884 feirantes cadastrados, é considerada a maior feira livre do Brasil e da América Latina.
Segundo a Prefeitura de Goiânia, com aproximadamente 30 anos, a feira tem sua história iniciada na década de 60, quando alguns hippies expunham suas peças no Mutirama, migrando em seguida para a Praça Universitária, depois para a Praça Cívica até se fixarem na Praça do Trabalhador que é um ponto histórico de Goiânia. Situada ao lado do Terminal Rodoviário e próximo à antiga Estação Ferroviária de Goiânia, proporciona ainda uma viagem pela história da cidade com a vista para a Maria Fumaça, desativada na década de 1970, e que tem o prédio tombado pelo Governo do Estado desde 1998.
A feira hippie chama atenção por atrair consumidores de todo o Brasil que buscam comprar peças de qualidade e no atacado para revenda em suas cidades. Os comerciantes recebem em média 40 ônibus por semana, em sua maioria pessoas da região norte e nordeste. Durante as compras os clientes e os comerciantes, contam com o trabalho da Rádio Hippie, que veicula promoções, achados e perdidos, músicas e notícias.
Protagonismo do Setor na Economia Goiana
A busca por melhor qualidade de vida passa, necessariamente, por mudanças de hábitos alimentares. Nesse sentido, as feiras livres estão cada vez mais populares e surgem como uma alternativa à padronização dos supermercados, por isso a agricultura familiar tem como objetivo em seu sistema de produção a diversificação de cultura que permite aos produtores a obtenção de alimentos e renda aos doze meses do ano. Esse segmento de produção é significativo devido a sua função ambiental, econômica e social tornando-se imprescindível para produtores familiares, pois é por meio desta que ocorre a venda e agregação do valor no produto. Como valor agregado refere-se aos produtos derivados da sua produção original, como doces, verduras lavadas e embaladas, produtos artesanais e utensílios que contribuíram com a renda da família. Os produtores rurais deparam com inúmeras dificuldades nesse elo. Sendo assim, a escolha do canal de distribuição para a venda dos produtos pelos produtores familiares, passa a ser, um fator essencial para a estratégia de comercialização. Nesse contexto, uma das alternativas de comercialização que os produtores familiares estão abraçando são as feiras-livres.
As atividades ligadas à agropecuária estão presentes nos 246 municípios goianos, sendo que em 86 cidades o segmento representa a principal composição do Produto Interno Bruto (PIB). No ranking nacional de produção, Goiás ocupa a primeira posição em culturas como sorgo, tomate e jabuticaba, e está em segundo em girassol, cana-de-açúcar, alho e rebanho bovino. Aparece, ainda, em terceiro na produção de soja, milho, feijão, palmito e pequi. Esses dados tornam o Estado em um dos líderes na produção rural no Brasil e faz do setor um propulsor da economia estadual, favorecendo a geração de emprego, o fortalecimento do comércio e da indústria, incentivando o conhecimento e a busca pela qualificação profissional. É o que revela a Radiografia do Agro em Goiás, publicação elaborada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), e que reúne dados consolidados das principais fontes de pesquisa do País, com recortes para o Estado, oferecendo um diagnóstico da produção rural para a tomada de decisões e construção de políticas públicas.
De acordo com a Radiografia do Agro em Goiás, Rio Verde e Cristalina se destacam entre os municípios goianos, especialmente na área de grãos. Nas culturas de soja, milho e sorgo, por exemplo, assim como na criação de aves e suínos, Rio Verde ocupa a primeira posição no ranking de produção. Já Cristalina está em primeiro lugar na produção de tomate, feijão, batata, cebola, algodão, trigo, alho e café. Quando se trata de irrigação, a Radiografia do Agro lista que, em Goiás, são mais de 492 mil hectares irrigados, com 8.191 estabelecimentos fazendo uso, o que representa 5,4% do total de propriedades rurais do Estado. (Especial para O Hoje)