Entenda por que algumas linhas de ônibus continuam lotadas em Goiânia mesmo com a pandemia
Com a volta das atividades não essenciais, o fluxo de passageiros durante horários de pico aumentaram causando aglomerações no transporte coletivo
Não é de hoje que os moradores de Goiânia e região metropolitana têm sofrido por conta de aglomerações em meio à pandemia do coronavírus no transporte coletivo. Desde o retorno das atividades consideradas não essenciais, o aumento nos preços dos combustíveis e com o encarecimento do preço das corridas de aplicativos de viagem, o fluxo de passageiros fez com que o número de trabalhadores e usuários do transporte público aumentasse.
Esse crescimento gera grande preocupação quando o assunto é a Covid-19. Na grande capital, linhas como 020, 008 e o Eixo Anhanguera, que rodam em toda a capital, possuem grande fluxo de passageiros, especialmente em horário de pico como 6h, 12h e 18h.
O ambiente fechado, com pouca ventilação e a falta de distanciamento entre os passageiros fazem com que a preocupação dos usuários do transporte e dos próprios motoristas aumente. Além disso, os atrasos constantes durante os horários de pico obrigam as pessoas a entrarem em ônibus lotados.
Antônio José do Nascimento, conhecido como Seu Zé pelos motoristas, anda de ônibus há mais de 10 anos e utiliza da linha 026 todos os dias para ir ao médico. Ele conta que sempre se sentiu inseguro e desconfortável para andar de ônibus durante a pandemia. “No começo me senti muito desconfortável ao ter que utilizar o transporte nessas condições. Preciso ir e voltar de ônibus do médico todos os dias. Vejo pessoas entrando sem máscara, tossindo e vivendo normalmente como se não existisse a pandemia”, comentou Antônio.
Mariana Brandão, estudante e estagiária, utiliza a linha 020 para poder voltar para casa todos os dias da semana. “Como meu ônibus passa de uma em uma hora no terminal, prefiro esperar até às 18h45 e pegar o ônibus mais vazio do que correr o risco em um ônibus que ultrapassa a quantidade de passageiro”, afirmou a estudante.
Um motorista que preferiu não se identificar contou que a situação vai além do que os passageiros sabem. “Somos obrigados a colocar a quantidade de pessoas que der dentro dos ônibus. Quanto mais pessoas entrarem, mais dinheiro a empresa lucra e é só isso que eles querem. Não se importam com o bem estar e com a saúde dos funcionários e dos passageiros do transporte. Se eu não cumprir essa regra, eu sou mandado embora da empresa e eu preciso do dinheiro para poder sustentar a minha casa”, conta.
Em nota, a CMTC informou que está semanalmente avaliando a demanda de passageiros das linhas da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC) e que viagens vêm sendo inseridas frequentemente. Além disso, é importante citar que as linhas sofrem diariamente impactos provenientes do trânsito como congestionamentos e, recentemente, as chuvas, principalmente em horários de pico.