Pets de apetite caprichoso: Gatos em jejum prolongado podem desencadear uma série de complicações na saúde
Oferecer um alimento palatável está entre as atitudes mais determinantes para a melhoria do quadro
Por Elysia Cardoso
Que alguns gatos são bem exigentes e muitos dão trabalho na hora de comer quase todo mundo já sabe. Mas é muito importante não os deixar sem se alimentar por muito tempo, pois o jejum prolongado é prejudicial à saúde dos bichanos. Na verdade, é preciso conhecer os motivos por trás disso. Sua dieta requer um alto nível de gordura e proteína se comparados com os cães, e doses extras dos aminoácidos taurina, arginina, cisteína e metionina.
Sendo assim é de suma importância suprir essa necessidade nutricional dos pets. “Este é um ponto de atenção com os gatos em particular porque o jejum por um período longo, que ultrapasse um ou dois dias (o tempo varia de indivíduo para indivíduo), pode desencadear neles um processo denominado lipidose hepática. Trata-se de uma degeneração gordurosa do fígado, capaz de evoluir para a morte no animal”, explica o médico veterinário Flavio Silva, supervisor de capacitação técnico-científica da PremieRpet®.
Para evitar esse quadro, é importante manter uma rotina de alimentação saudável. Aos gatos de apetite caprichoso, é importante oferecer um alimento de alta qualidade que seja palatável e ter paciência para condicionar o pet.
Para evitar esse quadro, é importante manter uma rotina de alimentação saudável. Aos gatos de apetite caprichoso, é importante oferecer um alimento de alta qualidade que seja palatável e ter paciência para condicionar o pet. “O que não pode ser feito é adotar uma conduta excessivamente severa e deixar o animal sem comer na tentativa de que, após dias de jejum, ele acabe cedendo e coma o que tem disponível no potinho”, orienta o médico veterinário.
Para o especialista a falta de apetite em felinos é um sintoma perigoso, afinal, não é comum nenhum animal ficar sem apetite. Além disso, também se deve ter cuidado com a suplementação em casos de falta de apetite. “A recomendação é levar o gato ao médico veterinário, que poderá examiná-lo para entender se é algo comportamental ou alguma doença que está instaurada. Só ele poderá indicar o melhor tratamento, que pode variar de acordo com cada caso. Suplementações sem o aval do veterinário podem ser perigosas, pois o excesso de nutrientes também pode ser prejudicial ao animal”, afirma Flávio ao Essência.
Aprimorando a dieta
Segundo Flávio, os alimentos industrializados são mais indicados, pois já possuem a quantidade de nutrientes adequada às necessidades de cada animal, sendo capazes de proporcionar alta qualidade nutricional em diferentes fases da vida. Já a dieta caseira só é considerada saudável quando formulada, balanceada e periodicamente reavaliada por um médico veterinário nutrólogo ou zootecnista. “Caso contrário, não será uma opção saudável, podendo causar problemas como subnutrição ou supernutrição”, afirma.
Sendo assim, a dieta caseira precisa ser seguida com total precisão pelo tutor no longo prazo, o que é muito difícil de ser feito. “Como os gatos possuem paladar seletivo, é ainda mais difícil que o tutor consiga fazer o animal comer os ingredientes adequados para suprir todas as suas necessidades nutricionais. Com os alimentos industrializados, que são completos e balanceados, não temos esse problema”, conclui Flávio que reforça: “Se os bichanos insistirem no jejum, nesses casos, e em qualquer mudança de comportamento na forma de alimentação do gato, a orientação é procurar um médico veterinário”.