Mamoplastia: Médico explica como e porque surgem complicações em uma das cirurgias mais procuradas pelos brasileiros
Os problemas mais comuns na cirurgia são ruptura da prótese e contratura capsular, a famosa ‘rejeição’ do organismo
Recorde de procura nos consultórios de cirurgias plásticas, a prótese mamária é um procedimento seguro e de rápida recuperação, desde que feita por bons profissionais. Mas como toda intervenção cirúrgica, pode haver intercorrências ao longo do tempo, já que cada organismo se comporta de uma forma. Sabe-se que hoje já não é mais uma regra a troca do silicone após dez anos, mas há casos que se faz necessária a substituição. O médico cirurgião plástico Fernando de Nápole diz que os problemas mais comuns são ruptura da prótese e contratura capsular, a famosa ‘rejeição’.
Com o passar dos anos, as técnicas em cirurgia plástica se modernizaram e os produtos ganharam mais tecnologia. Apesar do aumento da procura a partir dos anos 2000, hoje vemos que intercorrências são cada vez menos vistas nas salas de cirurgias. Segundo o cirurgião plástico Fernando de Nápole, hoje os casos de próteses mamárias que dão errado são raros, girando em torno de 5%. “Mas é preciso que nos atentemos aos casos que ainda acontecem, para que possamos assegurar saúde e bem estar aos nossos pacientes, por meio de uma cirurgia segura”, diz Fernando.
A mamoplastia de aumento é um procedimento simples, a recuperação da paciente é rápida e o resultado, excelente. Porém, a falta de cuidado no pós-operatório ou ao longo dos anos podem influenciar no surgimento de complicações. Um exemplo é o deslocamento ou a ruptura do silicone. “No geral, a contratura ocorre quando o organismo forma uma película em torno da prótese, denominada cápsula. Em alguns casos, a cápsula torna-se tão espessa que comprime o implante, levando ao endurecimento dos seios e até a mudança de formato. Essa uma forma do organismo rejeitar aquele objeto estranho”, explica o médico.
Já no caso do rompimento do silicone, normalmente, ocorre devido a quedas ou acidentes. “Apesar de ser um receio entre as mulheres, as chances de ruptura da prótese são baixas e podem ser desencadeadas por situações incomuns”, ressalta o cirurgião. Em geral, 10% dos implantes se rompem, mas após seis anos da cirurgia o risco de romper espontaneamente é apenas de 1% ao ano. Dessa forma os cuidados iniciais são determinantes para que não haja problemas futuros. Cuidados com impactos, grandes traumas e acidentes devem ser redobrados após a cirurgia.
O médico ainda alerta para os sintomas de contratura. Ele diz que é possível perceber apenas olhando a estética. As mamas ficam assimétricas e a paciente pode se queixar de dor constante. Ao contrário da contratura, Fernando diz que no caso do rompimento da prótese não fica evidente. “Quando o implante é de gel de silicone coesivo, mesmo que haja a ruptura da membrana, não há vazamento”, alerta. Nesse caso, o rompimento pode ser identificado caso apresente dores, amolecimento das mamas, através de exames ou se o volume mamário é perdido de forma súbita, no caso das próteses de solução salina, absorvida pelo corpo.
Seja no pós-operatório ou ao longo dos anos, seja por reação do organismo ou alguma intercorrência inesperada, a melhor prevenção é o acompanhamento e exames periódicos. “E caso haja algum problema, procure seu cirurgião o mais rápido possível. Porque acima da estética, a saúde é prioridade”, deixa o recado o médico cirurgião plástico Fernando de Nápole. Procedimentos estéticos também fazem parte de uma construção de autoestima, mas atente-se, jamais aprisiona-se em padrões e se entregue a intervenções estéticas exacerbadas, que tirem sua essência e beleza natural.