Emocionar gerações e ficar marcado na história da música nacional com certeza são atributos alcançados por poucos. Mas um desses poucos, e um dos melhores, foi o cantor Chorão. Transgressor, alma e emoção definem o artista que fez história com a banda Charlie Brown Jr. E toda sensibilidade de sua trajetória é contada no documentário ‘Chorão: Marginal Alado’, este que acaba de ganhar um prêmio no festival de cinema mais antigo de São Paulo, o Festival Sesc Melhores Filmes.

O documentário ‘Chorão: Marginal Alado’, dirigido por Felipe Novaes, é o grande vencedor da categoria ‘Melhor Documentário’ do Festival Sesc Melhores Filmes, que está em sua 48ª edição. Além disso, de hoje (8) a 10 de abril o documentário também estará disponível gratuitamente para exibição no canal do Museu da Imagem e Som no Vimeo, incluindo uma transmissão especial no dia 9 que contará com um bate-papo entre Felipe e Marcão Britto, cofundador e integrante da formação original da banda Charlie Brown Jr.

“Em 2019 nós ganhamos o prêmio de Melhor Documentário Nacional no Voto Popular e estamos aqui, hoje, recebendo mais um prêmio importantíssimo que é concedido pelo voto popular. Eu acho que não tem presente maior do que esse encontro com o público, quando percebemos que conseguimos tocar as pessoas. Claro que isso também é mérito do personagem. O Chorão foi um grande comunicador, ele tornou acessível para as pessoas discussões que costumam ser complexas”, comenta o diretor do documentário.

Chorão marcou gerações à frente da banda Charlie Brown Jr. O músico, que dizia se sentir à margem da sociedade, continua sendo fonte de inspiração na cena do rock atual. O documentário, dirigido por Felipe Novaes, conta a história repleta de extremos do artista, que ficou marcado como um dos maiores astros do rock nacional, tanto pelas inúmeras letras que compôs, quanto pela voz e atitude no palco. Participam do filme personalidades como Serginho Groisman, João Gordo, Marcelo Nova, Zeca Baleiro e Digão (Raimundos), entre outras.

Depoimentos, imagens inéditas de acervo pessoal e imagens de arquivo compõem o documentário que percorre a trajetória de Chorão, um dos mais importantes rockstars do País. Desde os anos 90, quando sua banda Charlie Brown Jr.  lançou o primeiro álbum e despontou nas rádios, Chorão viveu décadas intensas de sucesso nacional e internacional, e repletas de polêmicas, até a morte precoce, por overdose, em 2013. Deixou saudades na música e nos fãs, que hoje anseiam por ídolos revolucionários.

Recentemente, Chorão se mostrou presente mais uma vez em um ato contra a censura, no festival Lollapalooza. Luta que fazia parte do seu comportamento como artista e em sua vida pessoal também. No encerramento do evento, o cantor e compositor Marcelo D2 homenageou os astros que morreram precocemente, dedicando seu show a eles e mencionando que aquela noite era sobre amor. “É sobre Taylor Hawkins. Hoje é sobre Chorão. Hoje é sobre Chico Science”, disse o artista. 

“O que mais me atravessou durante essa trajetória com o Chorão foi o exercício de empatia, a relação com o outro, principalmente quando essa outra pessoa é símbolo tanto para o bem quanto para o mal. Acho que poder olhar com mais profundidade para uma pessoa que é alvo de vereditos tão cristalizados e enxergar ali os sofrimentos, angústias, conquistas, faz de você um profissional mais empático. Além disso, durante a produção do filme nós também vivemos um processo de amadurecimento no País sobre a saúde mental”, salienta Felipe.