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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Novo olhar

Teólogo inglês defende tese de que Jesus Cristo sofreu abuso sexual antes de ser crucificado

David Tombs, de 57 anos, que é radicado na Nova Zelândia, dá destaque a três momentos em que o filho de Deus é despido em momento prévio à crucificação

Postado em 10 de abril de 2022 por Augusto Diniz

O teólogo inglês David Tombs, de 57 anos, defende desde 1999, quando publicou o artigo “Crucificação, terrorismo de Estado e abuso sexual” que Jesus Cristo foi vítima de abuso sexual antes de ser crucificado. O professor de teologia e questões públicas da Universidade de Otago, em Dunedin, na Nova Zelândia, editou um compêndio de artigos, “When Did We See You Naked?” (Quando foi que vimos você nu?, SM Press), de outros teólogos que trabalham com a mesma teoria, como Jayme Reaves e Rocío Figueroa.

De acordo com a reportagem “Jesus sofreu abuso sexual antes de ser crucificado, afirma teólogo”, assinada por Márvio dos Anjos no caderno Ilustríssima da Folha de S.Paulo, Tombs afirma que é preciso ler o Evangelho de Marcos, na Bíblia Sagrada, para compreender o que foram os chamados horrores da Via-Crúcis. No capítulo 15, dos versículos 15 a 20, na versão Almeida do livro sagrado para os cristãos, Marcos narra a cena.

“Então Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou-lhe Barrabás e, açoitado Jesus, o entregou para ser crucificado. E os soldados o levaram dentro à sala, que é a da audiência, e convocaram toda a coorte [unidade militar romana com 500 soldados]. E vestiram-no de púrpura, e tecendo uma coroa de espinhos, lha puseram na cabeça. E começaram a saudá-lo, dizendo: Salve, Rei dos Judeus! E feriram-no na cabeça com uma cana, e cuspiram nele e, postos de joelhos, o adoraram. E, havendo-o escarnecido, despiram-lhe a púrpura, e o vestiram com as suas próprias vestes; e o levaram para fora a fim de o crucificarem.”

Na interpretação do teólogo inglês, aqui está o momento em que Cristo é abusado sexualmente, quando é colocado sem roupa, sofre espancamento e é humilhado enquanto está nu, numa espécie de diversão sádica com o momentos depois crucificado da qual participaram 500 soldados, dos que fizeram parte aos que só observaram.

“Nudez forçada de Cristo”

À Folha, Tombs afirmou que vê “a nudez forçada de Cristo como uma forma de violência sexual, o que justifica chamá-lo de vítima de abuso sexual”. “Embora muitas pessoas tenham dificuldade de chamar a nudez forçada de violência sexual, tendo a crer que elas estão sendo desnecessariamente resistentes ao que o texto afirma”, descreveu a tese o teólogo.

Em um segundo ponto, o inglês radicado na Nova Zelândia compara os métodos usados de tortura no período em que teria vivido Jesus Cristo aos dias de hoje. “Não sabemos ao certo, mas podemos levantar uma questão que não é meramente especulativa nem leviana, porque temos evidências de maus-tratos a prisioneiros da era romana e também perspectivas trazidas pelo contexto de outras torturas modernas, na documentação das ditaduras em El Salvador, Brasil, Argentina, Chile, Sri Lanka e Abu Ghraib [prisão do Exército americano no Iraque], por exemplo.”

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