Netflix lança documentário sobre Jimmy Savile, acusado de ser “maior abusador sexual da história”
Acusado de crimes sexuais contra crianças e pessoas hospitalizadas, o apresentador de TV britânico não passou um dia sequer na prisão
Netflix lança documentário sobre o apresentador britânico Jimmy Savile, famoso durante a década de 1960. A nova série documental lançada na última semana, é dividida em duas partes, em que a primeira apresenta ao público a figura exótica e popular, que no início da carreira atuou como DJ e acabou por se tornar membro da alta sociedade britânica.
Jimmy é mostrado como alguém mítico, com vestimentas fora do padrão e de personalidade intrigante, mas que demonstra ser um ótimo comunicador com o público geral. Um dos episódios de seu programa retratado no documentário é o Jim’ll Fix It, que foi traduzido como Jimmy Consegue, em que o apresentador realiza sonhos de crianças que mandavam cartas para o programa.
Justamente essa pose de bom homem que gosta de crianças e ajuda a caridade com mais de 40 milhões de libras, que fez criar uma cortina de fumaça em volta dos diversos crimes sexuais cometidos por Jimmy. A história envolta dele também é conhecida como “British Horror Story”, ou uma História de Terror Britânica. O nome faz alusão a série de terror fictícia de TV america, “American Horror Story”.
Quem foi Jimmy Savile?
Nascido em 1926, Savile gostava de mostrar ao público as boas obras filantrópicas que fazia, com doações milionárias às entidades de caridade. Inclusive, já realizou trabalhos como maqueiro em hospitais, com livre acesso aos pacientes. No entanto, com essas pessoas vulneráveis Jimmy construía seu “parque de diversões”. Foi ainda acusado por mais de 500 vítimas de crimes sexuais, inclusive contra crianças de apenas cinco anos.
Jimmy também era um grande amigo da primeira-ministra da época, Margaret Tatcher e próximo da família real. Sua morte aconteceu em 2011, após uma crise de pneumonia. Seu caixão foi enterrado em um ângulo de 45º para que ele tivesse “vista para o mar”. Um ano após a morte de Jimmy, jornalistas produziram depoimentos de 10 mulheres, incluindo meninas de 14 anos, que haviam sido assediadas e estupradas por ele.
O número de denúncias começou a crescer e os detalhes eram os mais variados. À época, foram 214 crimes, incluindo 34 estupros e 126 assédios, registrados em 28 delegacias diferentes. Além disso, Savile estuprou 50 pessoas dentro de 13 hospitais e hospícios. Dentro dos escritórios da BBC, onde ele trabalhava, foram registrados 33 assédios e 14 em escolas.
Uma das vítimas mais jovens, foi um garoto de oito anos estuprado por Jimmy. Ele também chegou a molestar uma garota de 11 anos durante visita a um hospital na Inglaterra. A menina confessou o crime para um familiar pouco antes de morrer.
Depois de os relatos perderem a classificação de “boatos”, os casos começaram a ser investigados pela polícia. Posteriormente, sua lápide de cemitério “Woodlands Cemetery” teve de ser retirada e agora Jimmy Savile está enterrado como anônimo, sem ter passado um dia sequer na prisão pelos diversos crimes bárbaros que cometeu.