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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
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Imunização

Sarampo volta a se tornar preocupação e chama a atenção das autoridades da Saúde no Brasil

Em Goiás, a campanha conta com 965 postos de vacinação fixos nos municípios e 1.860 profissionais envolvidos

Postado em 18 de abril de 2022 por Redação

Por Sabrina Vilela

O sarampo volta a chamar a atenção das autoridades da Saúde no Brasil. Apesar de existir vacina para essa doença, neste ano, até do dia 26 de março, foram registrados no País 98 casos suspeitos com 13 confirmados. Em Goiás, após 20 anos sem circulação do vírus, começaram a aparecer casos, a partir agosto de 2019 com o registro de cinco casos confirmados. 

Esse surto que começou em 2019 durou até março de 2020, quando foram registrados 20 casos da doença no Estado, nos municípios de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Posse e Rialma. No ano passado foram 25 casos suspeitos e neste ano, até o momento dois casos foram notificados, mas ambos foram descartados.

Com relação ao índice de cobertura vacinal em Goiás, em 2019, antes do início da pandemia – quando no Estado foram confirmados cinco casos –, a cobertura da vacina de rotina para tríplice viral para crianças de 1 ano foi de 88,39%. No primeiro ano da pandemia, em 2020, o índice de cobertura caiu mais ainda e foi de 75,36%. No ano passado, o porcentual de vacinação foi de 76,66%. Em 2021, mais de 96 mil pessoas vacinaram contra o sarampo em Goiás.

Caderneta em dia

Especialistas destacam que a melhor forma para conseguir se livrar do sarampo é por meio da vacina que é aplicada ainda na infância. A maquiadora Sarah Brill, 24 anos, é mãe do Oliver, de 1 ano e 2 meses, faz parte do time de mães que se preocupa em deixar o cartão de vacinação do filho sempre atualizado. “Vacinar impede ele de pegar doenças. Eu sou a louca das vacinas, se tem vacina estou lá tomando e levando o Oliver”, brinca. 

Sarah Brill explica que nunca teve medo de vacinar o filho porque acredita que essa é a melhor forma de mantê-lo protegido. “Tem tanta doença que foi erradicada por conta da vacina. Tem vacinas que mães se negam a levar o filho e tem doenças que estão ressurgindo”, conta. 

A maquiadora alerta sobre a necessidade de se conscientizar os pais sobre as fake news, que acabam gerando medo na população sobre as reações causadas por vacinas. “Eu acho errado não levar para vacinar. Quem faz isso é por falta de informação mesmo. Se a pessoa for pesquisar os resultados positivos da vacinação vai ver que vale a pena. É melhor a reação da vacina do que pegar a doença”, completa.

Campanha de vacinação

Para prevenir contra o sarampo, o Ministério da Saúde divulgou que o Governo Federal realiza até o dia 3 de junho a Campanha Nacional contra o Sarampo 2022. Inicialmente a prioridade é crianças com menos de 5 anos e trabalhadores da saúde. A Superintendência de Vigilância em Saúde informa que será realizado o Dia D de Vacinação em 30 de abril. 

Na primeira etapa que acontece até o dia 30 de abril serão prioridade os trabalhadores da Saúde. Na segunda etapa, de 30 de abril a 3 de junho de 2022, é a vez das crianças receberem as doses. Durante este período o horário de funcionamento dos postos será das 8h às 17h, sem interrupção do atendimento.

 A campanha visa vacinar contra o sarampo as crianças de seis meses a menor de cinco anos de idade e Trabalhadores da Saúde. A meta é vacinar no mínimo 95% da população-alvo da campanha. Nessa campanha será utilizada a Vacina Tríplice Viral – sarampo, caxumba e rubéola – de forma indiscriminada em crianças e para os trabalhadores da saúde.

Em Goiás, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), promove até 3 de junho, simultaneamente, a 8ª Campanha Nacional de Seguimento e Vacinação de Trabalhadores da Saúde contra o Sarampo e a 24ª Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza. O Estado conta com 965 postos de vacinação fixos nos municípios e 1.860 profissionais envolvidos nas campanhas. Será utilizada a vacina tríplice viral contra sarampo, caxumba e rubéola. 

Casos no Brasil

Segundo a Superintendência de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, em 2018, foram confirmados 9.325 casos de sarampo no Brasil, e 12 pessoas perderam suas vidas. Em 2019, foram 20.884 casos confirmados com 16 mortes. No primeiro ano da pandemia, 2020, foram registrados 8.444 casos da doença com dez óbitos. Já em 2021, foram 668 casos confirmados e dois óbitos no Brasil. 

Por conta dos casos da enfermidade em 2018, quando ocorreu a reintrodução do vírus do sarampo no Brasil, e a manutenção da circulação da mesma cadeia de transmissão por mais de 12 meses consecutivos, o Brasil perdeu a certificação de país livre do Sarampo, o que significa um retrocesso em termos de saúde pública. 

Sobre a doença

O sarampo é altamente transmissível, podendo cursar com sérias complicações e evoluir para óbito, por isso é necessário compreender a doença. O infectologista Robert Fabian Crespo Rosas explica que a enfermidade é “uma doença viral causada por um vírus RNA de alta transmissibilidade tanto por via aérea como por contato com fluidos e secreções do paciente infectado. Tem um período de incubação que varia de 7 a 12 dias”. Os sintomas do sarampo são febre, coriza, conjuntivite e manchas vermelhas pelo corpo, que podem facilmente se confundirem com outras doenças virais atuais.

O médico infectologista ressalta ainda que os sintomas mais comuns são febre, coriza, conjuntivite e manchas vermelhas pelo corpo. A taxa de transmissão da doença é de 12% a 18%. “Significa que cada caso confirmado é capaz de transmitir a doença para 12 a 18 indivíduos suscetíveis”, detalha Robert Fabian. A transmissão pode ocorrer por meio de gotículas com partículas virais no ar, principalmente em ambientes fechados.

A melhor forma para prevenir a doença é por meio da vacinação. “A vacina deve ser administrada a partir dos 9 meses e com reforço aos 18 meses. Quando a pessoa já está infectada ela deve ser mantida afastada de outras pessoas suscetíveis pois a doença e transmitida por via aérea e por contato”. Não existe nenhum antiviral específico para o tratamento da doença apenas medicamentos para febre e complicações.  

De acordo com o especialista a gravidade do sarampo é comum para crianças menores de 5 anos e adultos acima de 30 anos. “Onde as complicações como cegueira, encefalite, diarreia e infecções bacterianas são mais frequentes”, explica as consequências.

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