Depois de a inflação chegar ao maior patamar em 28 anos para o mês de março, quando o  Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 1,62%, com acúmulo de 11,3% nos últimos 12 meses, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar a política do “fica em casa” como a responsável pelo aumento dos preços e “algum desabastecimento no mundo todo”.

Bolsonaro recebeu a diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala, em audiência no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), nesta terça-feira (19/4). “Conversamos sobre a manutenção do fluxo de comércio de fertilizantes e seus preços cada vez maiores, o que pode afetar a segurança alimentar em muitos países do mundo”, escreveu o presidente no Twitter.

Na reunião, o presidente pediu à diretora da OMC que a entidade internacional atue para evitar que os fertilizantes russos sejam impactados por sanções mundiais. Bolsonaro mostrou preocupação com a dificudade de importação do produto enquanto durar a invasão da Rússia ao território da Ucrânia, no Leste europeu.

De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, o pedido brasileiro na reunião foi feito para que a OMC “possa considerar a ideia de liderar uma iniciativa que permita o livro fluxo desses fertilizantes para que a situação de sanções e embargos aplicados à Rússia não impeça o livre trânsito desses produtos”.

Alimentos para o mundo

A diretora-geral da entidade solicitou que o Brasil continue a exportar, quando necessário, estoques de produtos agrícolas a outros países. Ngozi Okonjo-Iweala afirmou que a medida serve “para contribuir com aquilo que nós achamos que possa ser uma escassez de alimentos no mundo”.

Nas redes sociais, Bolsonaro aproveitou o registro da audiência para criticar o isolamento social como método de prevenção do avanço da covid-19. “A política do ‘fica em casa, que a Economia a gente vê depois’, com a qual fomos contra, trouxe inflação e algum desabastecimento no mundo todo.”