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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Dengue

Entenda o que tem causado a ‘epidemia’ de dengue no Brasil; Goiânia é a capital mais atingida

Período prolongado de chuvas intensas foi favorável ao aparecimento da dengue; as chuvas trazem como consequência água parada.

Postado em 19 de abril de 2022 por Jennifer Neves

De acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, o vírus causador da Dengue atingiu um aumento de 85,6% das infecções, em comparação com o mesmo período de 2021. Além disso, os lugares com maiores índices estão no Centro-Oeste, em que o crescimento foi de 242%. A cidade líder do ranking é Goiânia, com 25,1 mil casos, seguido de Brasília, com 19,2 mil; Aparecida de Goiânia, 4,6 mil; Palmas (TO), com 7,5 mil e Votuporanga, também no Tocantins, com 4,7 mil. A principal causa do problema é a mudança climática.

Até o momento, a região registrou 648 casos por 100 mil habitantes. Já no parâmetro nacional, o Brasil registrou 323,9 mil casos prováveis de dengue e 79 mortes pela doença.

Segundo diz a epidemiologista e pesquisadora da FioCruz, Claudia Codeço, “o que se observa neste ano é uma atividade expressiva da dengue em algumas partes do país, em particular no eixo que vai do Tocantins até Santa Catarina, passando pelo Centro-Oeste e pela porção oeste de São Paulo”.

De acordo com a especialista, o período prolongado de chuvas intensas foi favorável ao aparecimento da dengue. Desde o fim de 2021, quando começou o verão, várias cidades brasileiras registraram tempestades, relacionadas a mudanças climáticas. Para o mosquito transmissor da dengue, Aedes Aegypti, as chuvas trazem como consequência água parada.

“Geralmente, quando chega o mês de dezembro e começamos a notar uma grande concentração do Aedes, já dá para prever que março e abril vão ser ruins, com muitos casos de dengue”, observa o infectologista Celso Granato, diretor do Fleury Medicina e Saúde.

No entanto, no fim de 2021 e começo de 2022, as projeções foram comprometidas, porque à época, o Brasil enfrentava surto da variante Ômicron do Coronavírus, junto com uma epidemia de Influenza H3N2.

“Os sistemas de vigilância da dengue foram muito prejudicados, já que nesses dois últimos anos havia um foco quase absoluto na pandemia de covid-19”, acrescenta o médico.

“E vale lembrar que tivemos uma grande epidemia de dengue no país em 2019, então já era esperado um novo aumento a partir de 2022, já que as ondas da doença são cíclicas”.

Além disso, Claudia Codeço destaca que “temos uma população empobrecida, com dificuldades de moradia, e vemos a precarização das cidades. Tudo isso dificulta o controle de vetores que transmitem a doença”.

“Também é importante observar o espalhamento da doença para o Sul do país, onde ela era pouco ativa ou quase inexistente. Essa expansão pode estar relacionada às mudanças climáticas e à própria adaptação do mosquito”, complementa a epidemiologista.

A tendência, de acordo com o que aconteceu nas temporadas anteriores, é que os casos de dengue continuem a subir no país pelo menos até o meio de maio. A partir daí, com a chegada de temperaturas mais baixas nas regiões Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste, os registros devem voltar a cair.

“Os números da dengue costumam ser mais elevados durante o verão, por causa da alta temperatura e da quantidade de chuvas, mas o período de ascensão da doença começa em outubro e vai até maio. A tendência é uma redução mais acentuada no número de casos a partir de junho. Mesmo assim, os cuidados de prevenção contra dengue devem acontecer durante todo o ano”, ressalta a especialista.

O que fazer?

Os especialistas indicam medidas de controle e combate a dengue. Dentre elas, a famosa recomendação de evitar reservatórios de água parada sem proteção em casa, caixas d’água e piscinas abertas, vasos de plantas ou até mesmo tampinhas de garrafa.

Hábitos de higiene, como manter a faxina no quintal e varandas em dia, com atenção especial a calhas e objetos que ficam no relento e que acumulam água da chuva.

Por fim, ficar atento quanto aos sintomas como febre, cansaço, vermelhidão no corpo, coceira e dores na cabeça, músculos, articulações ou atrás dos olhos. “Todos precisam conhecer os sinais de que a doença pode estar evoluindo para as formas mais graves. Os principais são vômitos difíceis de controlar, febre que não diminui, dor na barriga e sangramentos. Nessa situação, é essencial procurar um pronto-socorro o mais rápido possível’’, avalia

Vale fazer uma faxina no quintal e na varanda, com especial atenção para depósitos, calhas e objetos que ficam ao relento e podem acumular água da chuva.

Instalar telas em portas e janelas ou usar repelentes na pele são atitudes que também podem ajudar.

Por fim, é importante ficar atento aos sintomas da dengue, como febre, cansaço, vermelhidão em partes do corpo, coceira e dores na cabeça, nos músculos, nas articulações ou atrás dos olhos.

“Todos precisam conhecer os sinais de que a doença pode estar evoluindo para as formas mais graves. Os principais são vômitos difíceis de controlar, febre que não diminui, dor na barriga e sangramentos”, avalia a médica.

Com informações BBC News Brasil

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