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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Cinema

Cine Cultura recebe o lançamento de dois filmes do diretor pernambucano-goiano Ângelo Lima

Longa ‘Quando Ouço Falar em Cinema Me Visto de Carlitos’ narra trajetória cinematográfica de Ângelo Lima

Postado em 24 de maio de 2022 por Elysia Cardoso

Se você é um grande apreciador de filmes e de experiências, trazemos boas notícias. O Cine Cultura, unidade da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), recebe nesta próxima quarta-feira (25) o lançamento de dois filmes do diretor pernambucano-goiano Ângelo Lima. A entrada é gratuita e contará com a presença do cineasta e convidados.

Em entrevista ao Essência, o diretor e produtor Ângelo cita: “Nós somos um Estado muito novo ainda, somos um povo muito novo e nós goianos precisamos preservar o que nos é  dado em termos de arte”, conta. 

Às 20h30 da noite de estreia será apresentado o curta-metragem ‘Confaloni’, que trata da chegada e a importância de uns dos maiores artistas da região Centro-Oeste, influenciando toda uma geração. A obra foi contemplada pelo Fundo de Arte e Cultura (FAC), da Secult Goiás. Frei Nazareno Confaloni nasceu em Grotte di Castro, Itália, em 1917. Chegou a Goiás em 1950 como parte da missão evangelizadora da Igreja Católica na América. 

Sua primeira tarefa foi pintar os afrescos da Igreja do Rosário, na cidade de Goiás. O convite foi de dois dominicanos: frei Cândido Bento Maria Penso (Bispo da Prelazia Nullius de Santana do Bananal em Goiás) e frei Domingos Acerbi. O artista mudou-se para Goiânia em 1952 e deixou vários trabalhos na cidade, como dois murais feitos no ano seguinte na cidade no saguão de entrada da antiga Estação Ferroviária.

Na sequência, o longa ‘Quando Ouço Falar em Cinema Me Visto de Carlitos’, sobre a trajetória cinematográfica do próprio Ângelo Lima, que tem uma grande história a ser contada. O filme recebeu recurso da Lei Aldir Blanc, fomento do governo federal também gerenciado pela Secult Goiás.

Um artista vestido de cinema

Talvez você não saiba quem é Ângelo José da Cunha Lima, mas certamente sabe quem é Ângelo Lima. Se você pensa que ele é tão-somente uma pessoa enveredada no mundo do cinema, está enganado. Nele habita um conjunto harmonioso de artistas, alguns, portanto, sem mais atuarem devido ao passar do tempo, que é o caso do artista de rua, o ator, o mágico, o dono de circo. O cineasta, no entanto, não se desconecta da sétima arte, haja vista que a câmera não desprega de sua mão e a sua cabeça está constantemente fervilhando de ideias. E boas. 

Pernambucano de nascença, mas goiano de coração, Ângelo desde os seis anos de idade, isso em Olinda, já ia ao cinema com frequência.  Havia uma condição para isso:  não podia aprontar nenhuma peraltice que transgredisse as regras impostas por seu pai. Se transgredisse, recebia um castigo: ficava um mês sem poder ir ao cinema. 

Em seu filme ‘Quando ouço falar em cinema, me visto de Carlitos’, que o tem como personagem do documentário de 1hora e 20 de duração, essa trupe toda é mostrada. O que é possível pelo fato de Ângelo ter um vasto arquivo sobre seus trabalhos ao longo dos anos. 

Nessa trupe, faz-se necessário também mencionar, está também a sua interpretação de Carlitos, personagem criado em 1914 por Charles Chaplin: um dos maiores gênios da história do cinema, o qual naquela época ensaiava os seus primeiros passos como arte. Foram anos e anos em que Ângelo usou um chapéu-coco, bengala, calças largas, casaco apertado e sapatos enormes.

Seu filme de estreia no mundo do cinema foi “O som é meu, o sol é seu”, isso em 1969, quando estava com 16 anos de idade. Aí veio outro em 1978: “O Pescador de Cinema”, que tem o cineasta João Bennio como assunto temático. Aí vieram filmes e mais filmes, premiações e mais premiações nacionais e internacionais. Além da produção de muitas séries sobre meio ambiente, museus, cavalhadas. 

‘Quando ouço falar em cinema, me visto de Carlitos é um filme interessante para se conhecer toda a história da vida artística de Ângelo Lima, para conhecer sua obstinação e os resultados frutíferos dela. Ângelo pode, tranquilamente, olhar no espelho e dizer: “Eu sou um artista”.

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